INVESTIR NO PRECONCEITO É INVESTIR NA MEDIOCRIDADE

Desde o nascimento, o homem insere-se na vida em sociedade. Isto pressupõe o estabelecimento de relações de poder e a consolidação de identidades individuais que possibilitem a organização do meio social e a afirmação do indivíduo perante ele.

Tais pressupostos, muitas vezes, podem impelir as pessoas a adotarem posturas preconceituosas para com outras, no intuito de facilitar a própria afirmação e o exercício do poder. Desta forma, ignoram seu potencial de atingir legitimamente esses objetivos, num processo de mediocrização individual e coletiva.

Atitudes preconceituosas configuram-se norteadas e limitadas por princípios pré-estabelecidos, que prescindem de análise racional e crítica por parte de quem as pratica. Dada a potencialidade genuína do homem de exercer sua razão, tais atitudes mostram-se incompatíveis com o ato de existir como ser humano. Praticá-las, portanto, significa desprezar a própria capacidade de julgamento e raciocínio, que justificam a existência humana e promover a mediocridade da espécie.

A inibição de culturas preconceituosas prevê a conscientização do homem quanto ao convívio social, por meio de investimentos em sua educação e formação cultural. Tal conscientização resulta no entendimento do que é ser cidadão e dos direitos e deveres previstos por essa condição, além de mostrar os limites ética e moralmente aceitáveis que permeiam suas ações enquanto membro de uma sociedade.

A educação do indivíduo contribui no enriquecimento e no afloramento dos potenciais que ele possui e que, assim revelados e desenvolvidos, possibilitam-lhe utilizá-los como instrumentos na competição social pelo sucesso, ao invés de atuar preconceituosamente.

Os investimentos na educação também resultam na aculturação dos indivíduos, que, com o raciocínio desenvolvido, podem analisar a si próprios. Isso revela ao homem suas verdadeiras ideias e tendências e, assim, ocorre o desenvolvimento de uma identidade livre de ideologias pré-concebidas e de desvirtuamentos por estas incitados.

Sociedades incapazes de promover tais soluções e que se apresentam impregnadas pelo preconceito tendem à instabilidade e à desestruturação de suas instituições, resultado da falta de ética, da inconsciência cidadã e da sobreposição da mediocridade aos potenciais individuais. Os homens desvalorizam-se e desperdiçam suas forças em conflitos grupais inúteis e prejudiciais ao meio social.

Cabe à sociedade desenvolver métodos que inibam o surgimento de ideias preconceituosas, principalmente através de investimentos em educação. Na persistência do problema, é preciso que se estabeleçam punições que coíbam os preconceituosos.

Importa, então, que as pessoas se conscientizem de que são capazes e de que têm instrumentos para a obtenção do sucesso, sem que para isso seja necessário mediocrizar-se. Até porque não há sucesso que se estruture em bases medíocres.

20.11.2013

23:58

Dalva Molina Mansano
Enviado por Dalva Molina Mansano em 21/11/2013
Reeditado em 21/12/2013
Código do texto: T4579748
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