Fora do Eixo

Alguma coisa fora do eixo.

Do meu eixo que já é tão fora do eixo do Mundo.

Alguma coisa me acertou o queixo,

E eu nesse balançar para não beijar afetuosamente a lona.

É vida nesse deixa que eu deixo, esse bate e rebate, esse vai e volta.

O sacolejo em mim vem de fora para dentro, e sem delimitar espaço invade minhas direções.

Quantas oposições, quantas degenerações, quantas são minhas orações?.

Cada palavra é sentença, é minha cabeça espetada num pedaço de madeira moral.

Decretos, provenientes da Ilha de Creta, do decrépito ato de estabelecer padrão. Presente Grego da contra-adição.

E eu que já não sei mais olhar para dentro do espelho, reconfiguro minhas ambições, minhas omissões, minhas combinações.

Meu eixo, tão em mim desleixado, revoga agora os meus melhores sorrisos, e o que posso fazer é atender minhas reivindicações particulares.

É ir, e sorrir para a vida, é abrir espaço entre os caminhos embaraçados.

Sem lonas, e sem dor no queixo, porque seja lá qual foi o balaço que me atingiu, respiro e permaneço, em pé.

Porque a realidade é que meus eixos são caminhos próprios, invalidados por serem construídos fora do eixo do Mundo, e assim prefiro.

Charlene Angelim.

Charlene Angelim
Enviado por Charlene Angelim em 24/09/2013
Código do texto: T4495256
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