Capataz do Amor
Preciso rever meus impulsos, o vazio que existe em mim, o que de fato deve ser preenchido sem espatifar as louças antigas de uma aliança.
Preciso abrir os baús, olhar as fotos dos que já se foram, perceber numa imagem querida o que fariam no meu lugar, quando a decisão insiste em cobrar e o meu bom nome negativar, numa jurisprudência maior.
Preciso vasculhar a escrivaninha, reciclar papeis amarelos, queimar alguns sobre o cinzeiro, assinar cartas de alforria, qual doem no meu coração.
Preciso libertar sorrisos e choros, algemas que os prendem a mim, abrir mão de minhas chaves e essências cativadas.
Preciso d'outra bebida, quebrar a taça de amores, deixar a ebriedade e sua seiva, qual tenho me banhado.
Preciso fazer dormir o capataz, só assim fugirei, sem levar nenhum prisioneiro.
Maurício de Oliveira
Enviado por Maurício de Oliveira em 05/09/2013
Reeditado em 05/09/2013
Código do texto: T4468563
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