Vozes em Silêncio

Quando as palavras somem, os pensamentos gritam refugio-me na multidão, silencio-me na confusão de um ruído. Ruído dos meus pensamentos, pois minhas vozes, meus atos, adormeceram.

Quando o silêncio me consome, me ausento do mundo, me encontro entre muros. Perco a rima, acho o rumo, dou voz a despedida, calando-me ao amor. Esperando a calmaria dos meus sentimentos, escultando o nada, pensando sobre o mundo.

Quando algo se vai, nos leva junto, nos deixam algo, quase sempre sem entender. As muitas águas, tempestades de mim, agiram como correnteza. Levaram algo ruim, trouxeram dores, espalharam sobre o chão podridão no roseiral. Lixo de mim mesma, estragam minha restante e aparente doçura, me faz seca e dura. Foi assim, sempre assim, corrompi meus conceitos entorpeci os valores, perderam-se na correnteza, restaram ruínas, ruínas de mim. Envolta em lixo, pereci.

Quando não consigo expressar, não estou buscando a rima perfeita, estou tentando ver, que em meio a essa tempestade, quando passar a correnteza, olhando a natureza morta onde o lixo que se instalou, poderei examinar o que as águas deixaram, que beleza me trouxe, que valor me agregou. Sozinha no meu canto olhando o que restou. Sem graça, sem rima, só por analisar que ensinamento posso levar.

Meus pensamentos gritam, minhas palavras somem, espero a calmaria.Ausento-me do mundo, tentando encontrar valores nobres, de uma enfim mulher.

Quando escondo-me de mim mesma, só há um ser que me encontra e decifra minhas horas. Deus me ouve, quando não consigo falar o que se passa. Deus me guarda, quando minha alma se perde. Deus me ama, quando eu não consigo me amar. Me aquece quando eu o peço pra me deixar. E no meu lixo, ele ainda consegue ver algo que o agrada. Dele sou, é o único que me terá. Misericordioso, me abracará e me consolará, me corrigirá, me modelará, conforme a tua santa palavra!

12/06/2013

Goiânia