Pela graça

Recosto minha cabeça ao travesseiro,

Repenso os acontecimentos

E não entendo, e não aceito.

Seria merecedor? Seria suportável?

Penso que não mereço, e sinto em minha pele que não posso suportar.

Não é mais fardo do que o Teu, que na verdade era o meu,

Mas Tu carregaste, para que eu não o carregasse.

Teu amor é que me faz prosseguir.

Mas são lágrimas que me fazem questionar:

Seria eu merecedor de um fardo que não quero suportar?

Já de joelhos, volto a recostar minha cabeça ao travesseiro.

E adormeço.

Pela graça.