Internet: A involução mental

A internet tornou as pessoas preguiçosas. Antigamente quando eu tinha que fazer uma pesquisa para a escola eu usava a biblioteca para isso. Chegava na bibliotecária e dizia: preciso de um livro a respeito de tal assunto. E ela dizia: Corredor direito, estante da esquerda. Eu tinha que ir até lá e me virar nos 30 para achar o livro sobre o assunto, sem sequer ter noção por onde começar, apenas tinha a ideia de onde ir. Então pegava uma montanha de livros, colocava sobre a mesa imensa e começava a busca. Um a um, ia lendo sumário, procurando pelas páginas e se não encontrasse, voltava na prateleira e pegava mais um montãooo de livros. Fazia uma montanha deles de forma que escondiam meu rosto. Então procurava até encontrar o assunto em pelo menos uns 3 livros. Dai resumia o assunto, pois tirar fotocópia não era algo tão comum na época. Então ia para casa feliz com os resumos, lia-os com toda calma, resenhava o trabalho, escrevia-o nas folhas de almaço e entregava com uma capa bonita e com cabeçalho da escola para a professora no dia seguinte. E isso não era na época do primário (atual ensino fundamental I), era no ginásio (ensino fundamental II) e colegial (ensino médio).

Hoje em dia tá tudo mastigado. Tudo é: Pesquisa no google que ele te cospe o trabalho pronto para você imprimir e entregar.

Agora você diz assim a pessoa: Oi, você pode estudar sobre o assunto que precisa em um site tal... e a pessoa tem a cara de pau de dizer: Mas onde ? como faço? onde clico? como que copia ? ain me ensina vai...

(e esse me ensina não é bem ensinar, é mais um: faz pra mim que to com preguiça de aprender)

E poxaaa, você já mastigou pra ela dando a informação e a criatura nem para tirar o cérebro da osmose para ir atrás do que precisa.

A pessoa diz: Oi, você sabe onde fica tal rua? E você diz não. E a pessoa começa o chororo de que precisa saber onde fica, porque é para algo importante, porque é caso de vida ou morte... e dai você com pena vai no Google, digita o que ela quer e em segundos da a resposta para ela. Coisa que se ela mesma tivesse feito, teria resolvido o próprio problema e não teria perdido tanto tempo reclamando da vida.

Não é que eu não goste de ajudar as pessoas, muito pelo contrário. Eu me sinto útil, eu gosto de ajudar, mas é que vejo muita gente preguiçosa mentalmente e me faz refletir de como serão as gerações futuras se continuarem assim tão preguiçosos.

Fabiana Alves Chaves Ferreira
Enviado por Fabiana Alves Chaves Ferreira em 18/01/2013
Código do texto: T4091761
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