essas noites

prepara-te para os dias de solidão

porque os dias felizes são breves.

amarei o bastante e isso basta.

a noite vem maqueavélica feito

a vadia que vaga

por cima de todas as solidões.

os mares abatidos a areia molhada

minha mente vagabunda

minhas mãos escrevem por todas as ruas

meu rosto;

feito um coringa aprisionado

dança no meio da chuva.

gosto de sangue na boca

e as mãos secas e feridas.

eu, não sofro.

apenas escrevo essa solidão.

por toda parte muros destruidos

versos desimportantes.

escrevo só para mim.

há monstros por toda parte

e as rua vazias do metrô!

morro por alguns minutos

mas nem do outro lado

não vejo ninguém pra dar a mão.

esses sonhos destruídos pelo chão

esses poemas sem nome e mal escritos

sem criticas

aos amantes o doce veneno

que fazem os inimigos criar super poderes.

aos solitários uma taça de vinho.

aos sonhos, desejo aos sonhos o fim da noite.

que se quebre o que é de vidro.

o deserto dessa noite chuvosa;

o vazio que é maior que a batida deste violão;

escrevi essas noites

antes de me tornar só.

o coringa debochado sorri e dança

jogando sua bengala por cima dos ombros.

sua maquiagem é bonita

e sua roupa,

mais parece um figurino

escreve palavras que ninguém entende

e destrói sonhos românticos que ninguém quer ver.

de dia ele se tranca dentro da sua própria cela;

chora feito uma criança

mas de nada vale, ninguém entende a sua dor.

(Edmilson Cunha)

Edmilson Cunha
Enviado por Edmilson Cunha em 12/10/2012
Código do texto: T3929605
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