Vazio

Segundo o dicionário online Priberam da Língua Portuguesa:

Amor |ô|

(latim amor, -oris)

s. m.

1. Sentimento que induz a aproximar, a proteger ou a conservar a pessoa pela qual se sente afeição ou atração; grande afeição ou afinidade forte por outra pessoa. 5. Disposição dos afetos para querer ou fazer o bem a algo ou alguém. 6. Entusiasmo ou grande interesse por algo. 7. Coisa que é objeto desse entusiasmo ou interesse 10. Coisa cuja aparência é considerada positiva ou agradável. 11. Ligação intensa de caráter filosófico, religioso ou transcendente. 12. Grande dedicação ou cuidado.

Amor cortês: sentimento, freqüente na literatura medieval, que se caracteriza por uma relação de vassalagem entre o cavaleiro e a sua amada.

(Seria tão bom se esse amor cortês existisse hoje em dia... )

Amor... no início dos tempos os seres sequer sabiam o que era isso. Apenas havia um criador que amava sua mais nova criação, e tais criaturas procriavam e nada mais, não sabiam o que era certo e nem errado. Aparentavam ser livres dos dogmas sentimentais da sociedade hipócrita atual. Cada qual com seu quem. Com o passar dos tempos descobriu-se o egoísmo, a mesquinhez, a posse. A vontade mútua de ser dono do 'objeto' e prende-lo, escravizá-lo junto de si, afim de que este seja somente seu. Eu concordo com a parte do ser ‘só seu’, pois é até uma questão de respeito quando a vontade é recíproca. Quando ambos assim o desejam. Penso que de nada adianta ‘eu’ querer ter alguém e essa pessoa não me querer. Não posso obrigar ninguém a estar comigo só porque quero. Sendo assim seria prejudicial para ambos. Para ‘mim’ por saber que ele não o quer, e ele por ser forçado a fazê-lo. Mas isso não significa também que eu vá concordar com o fato de deixar a pessoa me usar. Claro que não. Tem que se dá valor e se amar antes de tudo. Amar a si mesmo é a chave para os grandes males sentimentais e ninguém acordou para isso ainda. Só pensam no tal Amor... é esse fulano chamado amor raro hoje em dia. Aos privilegiados eu dou uma dica: 'Aproveitem cada segundo, quem tem um alguém cuide bem dessa pessoa para que ela não te deixe.' Acho que no futuro raras serão as fotos de casais de velhinhos apaixonados. E depois que morrermos talvez nem existam mais. Eu, algum dia de minha existência, achei que amor existia para mim. E me equivoquei completamente... Eu até tinha um coração... mas hoje só tem um caquinho aqui dentro, os outros pedaços dele eu colei um por um, coloquei numa caixa, lacrei e enviei para o mar do pavor. Lá ninguém ousa se aproximar e eu também não dou o endereço. Então 'sobrevivo' só com este caquinho... e se ele se atrever a bater eu o afogo. Então ele apenas fica comportado bombeando o sangue para as minhas artérias e cuidando da família e amigos. Não precisa mais do que isso. A solidão e o vazio me conformam e me permitem sonhar o que sei que não existe para mim. Elas me põe com os dois pés no chão, de frente para a realidade. Dura, crua, sincera, sensata. E assim sigo tranquila, pois sei que não mais passarei pelo vale da dor, da perda, da desilusão. Eu afirmo e repito. Eu gosto das ilusões, elas são anestésicas e acalmam a alma... Mas essas ilusões a que me refiro são em doses homeopáticas, leves, sutis, em um mundo onde todos sabem que o 'faz de conta' permanece naquela dimensão. Protegendo-nos das dores da ilusão ruim e dando espaço para uma fantasia bonita e gostosa, de forma que esta acaba curando a nossa alma.

Fabiana Alves Chaves Ferreira
Enviado por Fabiana Alves Chaves Ferreira em 22/04/2012
Código do texto: T3627208
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