Vai...

A mim somente cabe os meus sofrimentos. Não chore pela minha tristeza. Se quiser, pode sorrir as minhas alegrias, ou vibrar com a minha desgraça, é um direito seu. Mas os meus sofrimentos são meus e eu não os divido com ninguém, são obstáculos que eu pretendo superar sozinho. Eu consigo agora acreditar no fim dos sentimentos, mas nunca na transformação deles. Se me olha com amizade agora, nunca me olhou antes com amor. Se nunca me amou, não precisa se preocupar com o que eu sinto. Com sinceridade é como eu posso agir com você, mas meu amor nunca vai se transformar em amizade, pois ele é imutável. Não pode o homem nascer homem e morrer animal, ele pode apenas morrer. Da mesma forma, se o amor nasce como amor, ele se finda da mesma forma, mas não se transforma em nenhum outro sentimento. Não posso me contentar com apenas carinho e amizade, se o que me completa é o amor. Se quer ir embora, diga que vá e pronto. Meu conceito sobre você já está formado, não vou pensar mal sobre os seus atos, pois a mim não cabe avaliá-los, cabe apenas assistir o decorrer dos acontecimentos. Não se prenda por pena ou qualquer outro sentimento de compaixão, liberte-se daqueles que você não ama e corra pra sua felicidade. Se a sua felicidade não está comigo, então não deve mesmo ficar. Não se preocupe comigo, se eu ficarei bem ou mal não deve ser um pensamento que ambarace as suas ações futuras. Se eu não habito mais o seu coração, tirar-me da cabeça não será tarefa árdua. Preocupe-se com a sua felicidade e abrace quem você jugar que seja merecedor.

Quanto a mim, ficarei aqui. Não espero nada de bom nem de ruim de agora em diante, vou apenas viver o que o destino estabelecer, pois se eu me preocupar em fechar o buraco na minha alma e a sanar a dor do meu coração, vou gastar toda a minha vida em uma tarefa que não terá fim.

Fábio Rocha Borges
Enviado por Fábio Rocha Borges em 02/04/2012
Código do texto: T3591015
Classificação de conteúdo: seguro