AMIGAS DE CAMINHADA

Aprendi a nunca menosprezar a dor do outro e achar que ela é menor que a minha...

As minhas, aprendi a entendê-las... São amigas de caminhada...

Não existe tamanho de dor... Ela só pode ser lenta ou passar feito um furacão...

Junto com a dor vem a tristeza ou a raiva... E elas também são amigas de caminhada...

Logo que a dor chega, é só dor... Dali a pouco vem a tristeza que corrói, lentamente, fazendo um buraco torturante na alma... E se ela não vem, quem chega é a raiva, que explode em pensamentos, sensações, emoções desencontradas...

Depois de um tempo, a dor passa a ser aliada, porque não fomos feitos para a dor...

Aí então, a dor começa a incomodar... E ao mesmo tempo, já não é mais tão nítida...

Esquecendo um pouco a dor, percebemos que a vida está anestesiada... E é essa mesma dor que nos lembra de que anestesiar a vida apenas atrasa o caminho, mesmo que não se saiba para onde ir... Lembra que o caminho é longo, muito longo... Mesmo porque se perdeu o mapa, a bússola e os mantimentos...

A tristeza nos torna reflexivos, com a fatídica pergunta: Porquê? Onde foi que eu errei? E é nesse exato momento que começamos a traçar novos planos...

A raiva nos torna ativos, mexe com o nosso brio e incita à luta: Vai lá! Você pode! Você consegue! Você precisa!

Por tudo isso, dor, tristeza e raiva são amicíssimas para indicar que é preciso mudança...

Só ficam reclamando de dor, estagnados em tristeza e raiva, os preguiçosos de alma, porque depurar a dor dá trabalho...

Há sempre um novo caminho a ser construído, lembrando que a vida é cíclica e que águas paradas criam lodo!

sukie hikari
Enviado por sukie hikari em 09/01/2012
Código do texto: T3430209
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