Never Cry

...Close your eyes, never hear, never cry for living an empty life.

Pouco me importa o que eu estava vendo. Pouco me importa se tinha um demônio dançando cancan (?) na minha frente e eu, inocente, estava achando graça. Dói pra caralho olhar fotos antigas. Sempre sorrindo, sempre compenetrado, causando alguma confusão. Queria voltar tudo, tudo, tudo, tudo, todo esse monte de coisa que eu não me lembro. Minha memória só serve pra puxar coisa ruim e desagradável e podre pra dentro de mim. Não quero mais essa sucção de energia ruim, não quero mais ter que ficar pensando em futuro, em contas, em problemas, em amores, na puta que o pariu e nesse monte de passado misterioso que me ronda. Parece que essa mancha negra da foto me acompanha. Tem dia que ela ocupada toda a foto. Tem dia que ela me ocupa por inteiro. Dias que se repetem, intrigas que se repetem, fofocas que se repetem, filha da putice que se repete, depressão que se repete, merda no ventilador que se repete. Ser, ser, ser. Não sei se vale a pena ser, continuar sendo, cotar ser um determinado ser. Queria ficar deitado na minha cama por um mês sem ter que falar com ninguém, sem me preocupar com ninguém, sem sentir falta de ninguém. Queria, por apenas um mês na minha vida, ser o meu entretenimento, ser a minha preocupação, ser o meu idílio, o meu martírio, a minha dor, o meu amor. Queria viver a minha vida do jeito que eu quero, por apenas trinta dias não ter que fazer o que fui condicionado a fazer. Queria voltar a sorrir em paz. Não sorrir pra velar mil infernos interiores. Merda... Não estou bem, não me sinto bem. Dia de merda, merda de dia, dia de corno filho da puta maldito, acaba logo!

Hot Water Music - At The End of Gun

10/05/2010

Rafael P Abreu
Enviado por Rafael P Abreu em 23/12/2011
Código do texto: T3403615
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