As vezes...

As vezes me assusto com o tic tac do relógio na contagem regressiva, onde um ponteiro o medo e no outro a incerteza.

Talvez seja mais fácil dependurar-me na cruz de ponta cabeça pra ver no que dá.

Ou por a mochila nas costas...

Porque as vezes,

A gente as vezes cria raíz no lugar errado.

E não colhe sorrisos,

As vezes a gente só quer deixar que a chuva espanque a janela, pra não morrer de dor.

As vezes a gente só quer alguém pra embalar o sono a noite.

Ou beber numa mesa de bar, acompanhada da solidão.

Aliás, a solidão não me parece tão má companheira, quando se pensa nela a longo prazo.

Porque as vezes ela já deixou de ser opcional.

As vezes a gente quer voltar de onde começou,

As vezes só atravessar a rua no meio do trânsito só pra ver quantos desviam.

As vezes a gente só quer ouvir o silêncio pare de gritar e aprender a ficar mudo.

Mas tudo isso só as vezes...

Charlene Angelim
Enviado por Charlene Angelim em 07/12/2011
Código do texto: T3376081
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