AMOR

Uma forte ventania tomava conta daquela tarde de nuvens carregadas, pessoas corriam pelas ruas da Terra Santa. O alvoroço, nessa região, estende-se até os dias atuais. Diante dos atentados, as nuvens pareciam não se afastar. Mas, se as nuvens cansarem, o amor impregnado na atmosfera cobriria aquelas pessoas, tiraria o véu do pecado, transformando um novo dia. Só o amor vem nos relembrar a parábola do nosso Mestre Maior, capaz de cobrir uma multidão de pecados. Mesmo quando as nuvens dispersam e encobrem o céu.

Céu que sente o impacto dos bombardeios.

Céu da boca que clama por menos dissabores, céu da boca dos apaixonados, que descobrem os pecados e bombardeiam o ser amado com palavras doces, e quando desfrutam das diferenças, perguntam-se: onde habitam as diferenças?

No holocausto do coração?

No olhar nublado, opaco, oprimido ou transita pela atmosfera?

As diferenças exacerbadas dispersam o amor, desgastando-o.

A indiferença cria um amor nublado.

A afinidade traz um amor verdadeiro que encanta e transpira feito o hálito da oceania, mareado pela brisa, despejando as invariáveis sensações pelas artérias contornadas pela ternura, refletindo a beleza que transcende no olhar quando o ser amado aproxima-se, ofertando carinho, redirecionando-o para os cinco sentidos, deixando o olfato embevecido da mais pura essência que brota do ser, inspirando-o com ou sem indiferença, fazendo-lhe esquecer os pecados, relevando a tirania do próprio íntímo, este que beija a imensidão dos sonhos contornados pelo hemisfério de Morféu. Quando somos redirecionados ao eixo do nosso amor, a pupila dilata afeto, simples gesto que abranda um amor imensurável.

Já o amor da mão amiga,socorre e leva outro ser para um céu de muitas moradas...

Será sempre o mesmo céu que faz vislumbrar mais fortemente a expectativa e os suspiros da pessoa amada, em noite estrelada, ao longo da caminhada.

Mas, para atingirmos a sublimidade, seremos sempre espectadores dos nossos momentos intempestuosos, indiferentes e até mesmo de leveza.

Apenas com a certeza de um dia atingirmos a plenitude, em que logo iremos ser redirecionados ao eixo de um sentimento eterno chamado

Amor.

SHIRLEY LIMA
Enviado por SHIRLEY LIMA em 28/06/2011
Reeditado em 28/06/2011
Código do texto: T3062253
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