To Ashes

Resta-nos saber até quando. A determinação de um patriota que faz exercícios de sobrevivência em mata fechada. Não sei até quando. Jornadas etílicas e um sorriso amarelo de "bom dia" que moquia a irascível palidez de um niilista. O eterno Achilles Heel ao mergulhar no irrelevante retrocesso de alfinetar a (ir)relevância alheia. Esses dissabores. Mais um copo de café. Chove e eu fico. Escrevo de lado nesse caderno e insisto. O Lobo Maior na suas cordas vocais. Nega-me o desfrute de um sorriso: por quê? Por que se envergonhar da breguice da sinceridade epistolar? Neste campo eu penduro girassóis e fotos 3x4 na minha flanela e componho odes aos garçons usando óculos de aviador. Que afã miserável o dia de amanhã me reserva! Estudantes das leis "anciosos" e etc. Gente que nunca cogitou o suicídio não merece a minima centelha de confiança. Agora eu falo sério: nunca cruze os braços segurando um Edgar Allan Poe. Os vincos que as quinas do livro fazem nos braços remetem imediatamente àquelas cirurgias de banheiro. Como ser benevolente nessa AGOISSE HUMAINE? Quanto tempo perdemos copiando histórias enfadonhas de quadros-negros pichados? Não sou esperto porque escrevo, você se engana; só tenho a sorte de a maioria canalizar a própria inteligência na conquista do primeiro carro, senão eu estaria realmente reduzido à mingua do pó. From ashes to ashes, huh?

16/05/2011 - 22h00m

Rafael P Abreu
Enviado por Rafael P Abreu em 17/05/2011
Reeditado em 17/05/2011
Código do texto: T2974858
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