NÃO HÁ TEMPO PARA TER TEMPO

É aqui e agora,

no útero da vida,

que meu mundo se forma.

O fascinante mistério triunfa no meu poder.

Em todos os lugares,

Na reconstrução de um ser,

reina a glória do tempo do agora .

Sou mãe da vida,

um útero sagrado,

Contemplo a eternidade em átomos de instantes

Em auto caricias, o mundo não me devora.

Sou um manifesto de regressão ao sagrado

Rejeito evocar as vivências infantis

para evitar laceração da alma.

Nem sempre consigo

Mas a despeito dos impulsos arcaicos

Há um eterno retorno

às vontades arquetípicas de renascimento.

Não aceito lágrimas infindáveis

Sou um começo...um recomeço...

um meio...sem fim.

Resgato no cáos a beleza do amor

A força que me conduz à unidade maior.

Como humana escondo o belo

mas no espirito formo a minha identidade.

No mal que faço,

a neurose dissociativa

exclui o tempo histórico

Quisera uma regressão saudável

a um interior de paz.

Minha consciência se expande

num instante sem fim

E assim encontro a profundidade

do mundo que gero em mim.

Marilza Dias
Enviado por Marilza Dias em 02/03/2011
Reeditado em 03/03/2016
Código do texto: T2824498
Classificação de conteúdo: seguro