" AJUDE-NOS, SÃO PEDRO! "
Ontem tomei a iniciativa de ligar para São Pedro, é... São Pedro, a rocha, aquele que tem as chaves do Céu.
Com reverência e respeito pedi-lhe para que fosse mais brando com as tempestades, e que nos enviasse menos chuvas, menos raios. E como justificativa para tal pedido lhe expus os últimos acontecimentos que temos visto, tanto em São Paulo quanto no Rio, tanto em Minas quanto em Franco da Rocha. Falei-lhe das tragédias ocorridas e com elas tantas vidas perdidas. Disse-lhe que o povo não aguenta mais, pois entra ano e sai ano e nada muda, é sempre igual. Famílias desfeitas, famílias chorando, famílias inteiras embaixo de barrancos.
– Sinto muito, meu filho – foi o que São Pedro me disse.
– Como sente muito, São Pedro? – Protestei indignadamente. – O senhor não pode fazer nada diante de tanta desgraça? Ao menos não pode enviar-nos alguns dias ensolarados?
– Claro que posso, meu filho. Posso sim enviar-lhes inúmeros dias ensolarados para que a luz e o calor de nosso astro Rei sequem a terra de vossos barrancos, mas ora ou outra minhas nuvens não mais aguentarão, e é fato que terei que mandar-lhes mais chuva. Isso é inevitável, é o ciclo natural, meu filho, não posso impedi-lo de ocorrer.
– E o que devemos fazer então, São Pedro? Devemos cruzar os braços e assistirmos mais mortes transmitidas pelos noticiários diários?
– Não sei, meu filho... Só digo-lhes que quanto às chuvas nada posso fazer, elas continuarão caindo, independente do intervalo.
– Não nos abandone, São Pedro! Dê-nos uma luz.
– Bom... Filho... Talvez eu não seja o melhor conselheiro, mas vos digo que não sou eu o negligente deste assunto. Ora mando luz, ora mando chuva, e esse ciclo deve ser mantido para que a vida permaneça, então, meu trabalho está sendo feito. O que imagino, é que o trabalho que não está sendo cumprido é o dos comandantes aí de baixo, tenho quase certeza de que o problema de vocês absolutamente não é chuva, mas sim, descaso... É assassinato! Éééé... Assassinato, essa é a palavra. Sabe, filho... Vocês elegem senhores que prometem soluções impossíveis, acreditam em demagogos que estão pouco se lixando com o povo, e com isso, pagam com a vida. Só espero que nosso Pai tenha misericórdia de vocês, enquanto vocês, não aprenderem a votar!
Ontem tomei a iniciativa de ligar para São Pedro, é... São Pedro, a rocha, aquele que tem as chaves do Céu.
Com reverência e respeito pedi-lhe para que fosse mais brando com as tempestades, e que nos enviasse menos chuvas, menos raios. E como justificativa para tal pedido lhe expus os últimos acontecimentos que temos visto, tanto em São Paulo quanto no Rio, tanto em Minas quanto em Franco da Rocha. Falei-lhe das tragédias ocorridas e com elas tantas vidas perdidas. Disse-lhe que o povo não aguenta mais, pois entra ano e sai ano e nada muda, é sempre igual. Famílias desfeitas, famílias chorando, famílias inteiras embaixo de barrancos.
– Sinto muito, meu filho – foi o que São Pedro me disse.
– Como sente muito, São Pedro? – Protestei indignadamente. – O senhor não pode fazer nada diante de tanta desgraça? Ao menos não pode enviar-nos alguns dias ensolarados?
– Claro que posso, meu filho. Posso sim enviar-lhes inúmeros dias ensolarados para que a luz e o calor de nosso astro Rei sequem a terra de vossos barrancos, mas ora ou outra minhas nuvens não mais aguentarão, e é fato que terei que mandar-lhes mais chuva. Isso é inevitável, é o ciclo natural, meu filho, não posso impedi-lo de ocorrer.
– E o que devemos fazer então, São Pedro? Devemos cruzar os braços e assistirmos mais mortes transmitidas pelos noticiários diários?
– Não sei, meu filho... Só digo-lhes que quanto às chuvas nada posso fazer, elas continuarão caindo, independente do intervalo.
– Não nos abandone, São Pedro! Dê-nos uma luz.
– Bom... Filho... Talvez eu não seja o melhor conselheiro, mas vos digo que não sou eu o negligente deste assunto. Ora mando luz, ora mando chuva, e esse ciclo deve ser mantido para que a vida permaneça, então, meu trabalho está sendo feito. O que imagino, é que o trabalho que não está sendo cumprido é o dos comandantes aí de baixo, tenho quase certeza de que o problema de vocês absolutamente não é chuva, mas sim, descaso... É assassinato! Éééé... Assassinato, essa é a palavra. Sabe, filho... Vocês elegem senhores que prometem soluções impossíveis, acreditam em demagogos que estão pouco se lixando com o povo, e com isso, pagam com a vida. Só espero que nosso Pai tenha misericórdia de vocês, enquanto vocês, não aprenderem a votar!