finalmente dia...

Seja como for

seja onde for

seja com quem for

seja você!

não o que querem que você seja

ou o que seu emprego pedi que seja

deixe a barba crescer, o cabelo sem pentear

vá para praia

ande descalço na areia

olhe para o mar e sorria

Tenha isso sempre em mente quando o mundo quiser te sufocar

quando as pessoas exigirem demais

Não seja uma imagem projetada

você vai, e você é, além do que os olhos vêem

seu coração sempre vai saber o caminho certo

Ele sorriu meio de lado

Sentou na calçada

viu as pombas voarem

desejou voar

quis pensar no futuro

mas só enxergou o passado

pulsando dentro do peito

escolhas que o deixou exatamente onde estava

lagrimas incontidas surgiram

não sabia se era raiva, magoa, revolta, indignação...

não dava para entender o mundo

Tudo em que havia se agarrado...

cuspiu, escarrou e esbofeteou seu rosto

O que era seu chão se rachou em pedaços

o que era seu céu desabou

e o que era sua casa já não era mais um lar

não havia um abraço para se jogar

só um imenso vazio

resolveu então sair de sua morte, ressuscitar sua vida

E um grito se deu ao direito de acordar, respirar e viver...

deixou de lamentar que as situações não foram generosas

e resolveu ele próprio ser bom consigo mesmo.

e então ele (re)nasceu.

Os pombos voltaram para a calçada

E ele se levantou

finalmente dia, crianças

finalmente dia...

Diane Gardim
Enviado por Diane Gardim em 25/11/2010
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