PERFIL

Sou apenas gente!!!

Muitas vezes sou gente má: xingo,grito, maltrato, firo, critico, magôo; tenho até vontade de matar quem me fere. Tenho sentimentos totalmente cruéis. Choro de raiva, choro por mágoa. Digo coisas absurdas e me torno um bicho incontrolávél. Esmurro, chuto a parede, amaldiçôo...

...E muitas vezes sou gente boa: Ouço, dou o ombro, choro quando um amigo ganha, choro se ele perde, abraço, beijo, invento coisas inusitadas só pra surpreender alguém, me dôo, devoto, dou carinho, amor, às vezes perdôo coisas imperdoaveis, tento mudar uma, duas, três vezes...recomeço, sonho, e sonho mais ainda, encorajo, torço, dou força, me sensibilizo ao ver a miséria, tenho vontade de erradicar a fome do mundo, escrevo cartas bem sentimentais, deixo mensagens de conforto. Às vezes mesmo sem querer me esforço pra aprender, e aprendo e encorajo, e luto, e fico embaraçada ao me emocionar com coisas simples como o voar dos pássaros ou o barulho das ondas do mar.

Muitas vezes sou egoísta, e também ja pensei tanto em alguem que esqueci de mim...

Muitas vezes sou imatura, e muitas vezes essa imaturidade me fez viver coisas tristes... e também coisas ruins... e também coisas lindas!

Sou desconfiadíssima por que já me entreguei por inteiro...

Às vezes falo tanto que me atrapalho toda; às vezes fico muda e me atrapalho mais ainda... e às vezes fico muda e acabo vivendo situações que só o silêncio define...

Já me odiei por fora e por dentro. Já me amei de todas as formas.

Já quis Deus bem distante de mim, e quando isso aconteceu, pedi que voltasse...

Em alguns momentos odiei meus pais, e penso que não merecia perdão por te-los odiado... mas por toda a vida os amei. E os amo. E penso que é isso que importa.

Sou louca às vezes. Aliás, muitas vezes (a maioria delas). Sou louca quando me enraiveço. Sou louca quando perdoo. Sou mais louca quando amo. E nas poucas vezes que sou normal, gostaria de continuar sendo louca...

Sou odiada, ironizada, criticada, xingada, humilhada... Sou mimada, acarinhada, abraçada, elogiada, amada, adorada...

Enfim, assim sou eu, e tenho o direito de ser eu, por que afinal, eu sou gente!

(Luciane Dutra)