Sobre a Loucura

Minha força está na solidão. Não tenho medo nem de chuvas tempestivas nem de grandes ventanias soltas, pois eu também sou o escuro da noite.

Clarice Lispector

Andando pelos corredores dos seus próprios medos ,lá onde tudo é vazio e cada barulho significa um sinal ,ela chora.

Os corredores acabam ficando estreitos ,ela senta sufocada pela angústia da escuridão. Deus onde está que não a alcança agora?

Toda lágrima que caía era vã e inútil. Sempre foram. Tudo foi sempre gelado e sem propósitos.

Então era esse o fim ,ela teria que acabar ali encostada naquela parede fria e sem vida. Na maioria das vezes ela era pior que qualquer parede.

Eles vão chegar novamente ,a noite ,como já aconteceu anteriormente ,ela sente isso enquanto seu rosto molhado pelas lágrimas provocam-na uma vontade imensa de não mais existir.

Nos contos sempre aparece alguém ,mas sou eu quem decido agora o que vai acontecer. Se vai ter uma moral no final ou não ,tanto faz.

Ninguém nunca vai saber.

E ela que pensa que pode andar novamente sem ajuda vai perceber suas pernas perdendo as forças.

Vai descobrir que viver causa algumas dores e que as vezes temos que cair e encarar nossas próprias loucuras.

Chora menina.

Luciana Bruder
Enviado por Luciana Bruder em 24/05/2010
Reeditado em 13/05/2012
Código do texto: T2275876
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