O Acaso

Outro dia não por acaso, envolto em densa solidão, desejei está à beira de um rio. Mesmo que fosse o “Rio de Heráclito” e tivesse que atravessá-lo por mais vezes, para não ser a mesma pessoa todos os dias. Por acaso não aconteceu, embora eu já tivesse estado lá, às margens daquele rio, rio tão querido o daquela descrição.

Naquele tempo em que eu sonhava sempre, e o tempo mesmo obscuro, não se fazia sentir no neófito coração.

Não percebia com meus sentidos jacentes a perturbação da dor, pois tudo à minha volta era muito agradável, porém mitológico, hoje eu sei. Talvez por isso tudo que eu desejava, e pensava, era muito possível.

Às vezes me ponho a refletir se não é inconveniente pensar, em coisas como um simples rio, ou chuvas, flores, desejos, e todas aquelas ocorrências que parecem estar predispostas apenas nos corações dos românticos e extasiados. Já ouvi alguém dizer que é tolice se apaixonar e ser romântico. Mas nunca consegui aprender como não o ser. É possível, que alguns tenham que viver este sentimento infundado, até um dia quem sabe, por fruto do acaso se encontrem consigo mesmo e descubra o teor ou a profundidade de seus momentos.

Por varias vezes quis pronunciar teu nome, sussurrando nos teus ouvidos junto com as doces palavras que guardei pra te dizer! Dizer que te amo e que esse amor beira a loucura, a paixão descontrolada. Mas não o fiz ainda! Nosso destino nos guia na direção que não queremos ir, a direção da espera, da demora. Pobre criança assustada! Não sabe se quer explicar, como foi moldada pelo meio para ser alguém diferente do seu eu...

Deddy Antonio Izottoric
Enviado por Deddy Antonio Izottoric em 18/03/2010
Código do texto: T2145308
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