O Acaso
Outro dia não por acaso, envolto em densa solidão, desejei está à beira de um rio. Mesmo que fosse o “Rio de Heráclito” e tivesse que atravessá-lo por mais vezes, para não ser a mesma pessoa todos os dias. Por acaso não aconteceu, embora eu já tivesse estado lá, às margens daquele rio, rio tão querido o daquela descrição.
Naquele tempo em que eu sonhava sempre, e o tempo mesmo obscuro, não se fazia sentir no neófito coração.
Não percebia com meus sentidos jacentes a perturbação da dor, pois tudo à minha volta era muito agradável, porém mitológico, hoje eu sei. Talvez por isso tudo que eu desejava, e pensava, era muito possível.
Às vezes me ponho a refletir se não é inconveniente pensar, em coisas como um simples rio, ou chuvas, flores, desejos, e todas aquelas ocorrências que parecem estar predispostas apenas nos corações dos românticos e extasiados. Já ouvi alguém dizer que é tolice se apaixonar e ser romântico. Mas nunca consegui aprender como não o ser. É possível, que alguns tenham que viver este sentimento infundado, até um dia quem sabe, por fruto do acaso se encontrem consigo mesmo e descubra o teor ou a profundidade de seus momentos.
Por varias vezes quis pronunciar teu nome, sussurrando nos teus ouvidos junto com as doces palavras que guardei pra te dizer! Dizer que te amo e que esse amor beira a loucura, a paixão descontrolada. Mas não o fiz ainda! Nosso destino nos guia na direção que não queremos ir, a direção da espera, da demora. Pobre criança assustada! Não sabe se quer explicar, como foi moldada pelo meio para ser alguém diferente do seu eu...