Arquitetura e Acessibilidade: Uma Relação de Respeito ao Próximo

Um deficiente físico pede a um cobrador que suba com a sua cadeira de rodas desmontada para o interior do ônibus. O funcionário da empresa de transporte urbano, muito a contragosto, levanta-se do seu assento e vai pegar a cadeira deixada na calçada da parada de ônibus. Depois de deixá-la próxima ao deficiente físico, volta a se sentar na sua cadeira de ofício, sendo observado pela maior parte dos passageiros do mesmo veículo. Então o motorista dá a partida no ônibus e segue cumprindo o seu trajeto. Eis aí um exemplo de situação vexatória para o portador de deficiência física e que, infelizmente, no Brasil é algo corriqueiro nas nossas ruas. Situação que é fruto de uma infra-estrutura urbana mal planejada, onde a arquitetura não foi aplicada da maneira mais eficaz e democrática para a população.

Pessoalmente, julgo que a acessibilidade é algo que deveria ter nascido juntamente com a arquitetura, pois a deficiência física não surgiu tão-somente no século XX, assim como surgiu essa ciência projetual. Há milênios a arquitetura é feita para os seres humanos perfeitos de corpo e mente, considerando-se, portanto, durante muito tempo, cidadãos de segunda categoria todos os deficientes físicos e mentais.

Somente com a evolução humana e científica é que esses valores começaram a se modificar. O deficiente começa a receber a devida atenção, promove-se a autonomia do mesmo, a sua liberdade de ir e vir. Enfatiza-se o respeito as suas necessidades especiais, aos seus anseios e aos seus direitos. Surge como exemplo de direito básico do deficiente a acessibilidade que é um conjunto de regras que promovem o conforto arquitetônico e, por conseguinte, a dignidade social do deficiente físico e mental. São rampas de acesso às edificações, elevadores especiais, banheiros especiais, calçadas especiais, dentre outros detalhes arquitetônicos de relevante importância. Contudo, apesar de alguns esforços no setor público e privado, o nosso país ainda está engatilhando nessa questão.

Fábio Pacheco
Enviado por Fábio Pacheco em 30/12/2009
Reeditado em 30/12/2009
Código do texto: T2003617
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