Sou meu eu rabiscado
Em formas incertas
sou meu eu rabiscado
nas telas insanas da vida deserta
sou o meu eu rabiscado
em ventos uivantes
rabiscado nas nuvens cintilantes
de um profundo azul celeste
sou meu eu rabiscado
em um ideário maior
sendo o rascunho invisível
de possíveis falácias
sou rabiscado nos pelourinhos da vida
nas praças centenárias
nos becos e esquinas
sou o meu eu pintado
sem cor
totalmente incolor
e assim vou rabiscando
com lápis sem ponta
as precipitações
do meu eu indolor