Meia noite

Até meia noite tudo está seguro

Não há ninguém no pátio

Nem no alto do muro

Sem muitas luzes ascesas

Dá pra ver ainda com clareza

Papéis e enfeites a voar

Pelo vento dos ventiladores a girar

Até meia noite saco o meu telefone

Até lá ainda é meu

Vê-se nele o meu nome

É um trabalho pra mostrar valor

Mostrar meu valor de homem

Mas esse valor só é válido

Quando as coisas permanecem aqui

E não quando somem

Discurso pra uma multidão

De pneus, faca e ração

Vacinas, cortadores de grama

Serras- elétricas e grande balcão

Em pé fico se quiser

Há muitas mesas e bancos aqui

Salas grandes e pequenas

Cadeiras até onde faço xixi

Pertinho das onze horas

Penso logo em meu amor

Daqui a pouco sei que vou embora

São só mais uns códigos no computador

Assim é a vida que levo

Ou pelo menos tô levando

Um VIGILANTE poeta e apaixonado

Só quem cumpre escala

Sabe o que estou falando.

Jonhy
Enviado por Jonhy em 26/10/2009
Código do texto: T1887480
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