A alma do heroi

Valente

Admirável

Destemido

Tão temido quanto forte

Carregando seus triunfos e arrastando suas derrotas

A gloria de cada batalha vencida está marcada no brilho de seus olhos

Assim como as cicatrizes dos que rasgaram seu peito

Impetuoso ser de lingua afiada e dentes travados

Sempre a observar, analisar e suspeitar

O dia amanhece

Avançar ou recuar?

A batalha está travada

Aqui jaz um heroi falido

cansado e desajeitado

Querendo acordar em fevereiro para não ter que respirar esse maldito ar natalino

A realidade é que o heroi nunca teve certeza

Nunca apaupou o concreto

Sempre saltou de braços abertos

pedindo à Deus para não se esborrachar no chão

Houve dias que ele voou

Mas algumas vezes não deu certo

E o heroi teve que recolher seus pedacinhos de um chão imundo

tendo a possibilidade de se infectar

Esse mesmo heroi sangrou na solidão

conheceu a rejeição e as pedras de quem ele mais tinha afeto

Porem o sol renasceu e ele pôde ver além do horizonte como aguia

Esse mesmo heroi que desejou a morte e chorou baixinho até dormir

O que não entendemos é que estes herois são humanos

E humanos sangram!!!

Você o põe em um pedestal e quer ser reflexo dele,

mas não vês que ele é um ser errante, confuso e com medo como você

Quantas vezes, sem saber, você foi o heroi para alguém?

Nossos herois tendem a se diluirem quando o tempo passa

E o resplendor da falha humana grita por entre os poros

Sempre um heroi antecede a decepção

Ele não pediu para ser seu heroi

Você o elegeu, o super-valorizou...

Ele sangra agora...

e você?

Você, também é observado

és um heroi e nem sabes

Seu heroi

Meu heroi

Eu heroi

Você heroi

somos todos seres errantes

*** Se eu dissesse que sempre arrisquei, irias me querer? Se dissesse que nunca soube de nada...***

- DOD -

Diane Gardim
Enviado por Diane Gardim em 17/10/2009
Reeditado em 17/10/2009
Código do texto: T1872242