Metafísica fractal (aforismos)
Evolução e fractalidade –
(Insights progressivos)
– Há vários espíritos pequenos em mim.
– Minhas células serão homens um dia.
– Não basta apenas a evolução linear*, sem a consciência da fractalidade.
= A ESCALADA É CONCÊNTRICA.
(* Para Hegel, o processo dialético é “temporal”, essencialmente histórico. Mas falta o fator ESPAÇO. Só ele pode dar conta da CONCOMITÂNCIA em uma única e mesma linha de tempo.)
– Há um ser consciente, gigantesco, que enxerga com os olhos da humanidade.
– Ele é uma pequena parte de um ser ainda maior. (E assim, ad infinitum.)
– Múltiplos conceitos de “organismo”.
– Não me refiro ao conjunto dos vários objetos não-conscientes espalhados no espaço.
– Não me refiro tampouco aos planetas e astros em geral.
MAS à somatória das entidades vivas-mentais-inteligentes-conscientes.
Tal hipótese resolverá, definitivamente, o conflito teórico contemporâneo no âmbito da biologia – se o “alvo” da seleção natural é o indivíduo ou os genes (“gene egoísta”).
Implicâncias teológicas –
– DEUS ARQUÉTIPO – O “humano ideal”, ou Cristo (de preferência ao superego castrador de Abraão – Javé). Refere-se apenas ao conjunto da espécie humana.
– DEUS ABSOLUTO – A Totalidade, em sentido qualitativo*, aespacial e atemporal.
* Se fosse no quantitativo, o “nada” do vácuo espacial e a relatividade do tempo predominariam, e o D.Abs. seria impossível. A “Mathesis Universalis” (Descartes, Leibniz etc.) esteriliza a apreensão íntima do D.Abs., pois não trabalha a causalidade. (Esta é a origem psicológica dos 2 grandes pessimismos – o pess. antropológico de Hobbes e o pess. cosmológico de Schopenhauer –, bem como do otimismo antropológico ingênuo de Rousseau e do otimismo cosmológico sádico e covarde de Leibniz / Wolff. ESTES 2 OTIMISMOS E 2 PESSIMISMOS SÃO OS MAIORES OBSTÁCULOS À CRENÇA JUSTIFICADA EM DEUS.)
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– As correspondências entre o micro e o macrocosmo enfatizadas pela tradição mágica hermetista (“o que há em cima corresponde ao que há embaixo”) não podem se referir aos pormenores e particularidades dentro da disposição, mas apenas ao PROCESSO fenomênico. A moderna Ciência Mental deve estar cônscia da FRACTALIDADE DIALÉTICA, que é a própria estrutura do fenômeno. Esta distinção, somada à distinção entre fenômeno e metafenômeno, constituem o fundamento da nossa tese e distingue, por sua vez, a magia ingênua da magia CIENTÍFICA.
A dita concomitância é um mecanismo processual; uma realidade inescapável no mundo das realidades inescapáveis.
(Dar exemplos de concomitância “ingênua”.)
(...)
– A apreensão do metafenômeno, tida por tantos filósofos como impossível, dificílima, misteriosa, abstrata ou até ilusória, pode ser obtida, não pela supressão ou transcendência mal-definida dos sentidos, intuições e raciocínios humanos, mas, por um processo conjunto de refinamento do aparato psicosensorial (seja pelo seu uso adequado ou maior sofisticação) e de uma avaliação criteriosa, metódica, do direcionamento comum a todas as coisas, para saber para onde elas vão (pressupondo uma teleologia).
Não se trata tanto da determinação das finalidades específicas (...)
Em última instância, na insuficiência dos recursos psicosensoriais: o SER ao invés do CONHECER. O que nos escapará aos mecanismos do conhecimento será, inevitavelmente, o que nós mesmos somos em nossa intimidade transcendente. A própria manifestação do SER absoluto prescinde do saber – este, sempre instrumentalizado; aquele, imediatizado, pela própria definição (do que está além do fenômeno).
Assim, de uma forma ou de outra, o metafenômeno nunca nos escapará – se não quanto à cognição, ao menos quanto à IDENTIFICAÇAO. Basta que sejamos o que somos, na intimidade de nosso ser absoluto.
Pode parecer incrível ou paradoxal, mas o verdadeiro papel de nossos sentidos é nos projetar para o que está além deles – eles são, basicamente, meios de transporte.
(...) O chamado “êxtase dos sentidos”, ou gozo supremo, é uma inserção na afirmação do Princípio que transcende todos os sentidos e somente assim os justifica.
Mas, para que sua missão se realize, os sentidos precisam ser orientados de modo a servir à unidade harmônica do Cosmo, e não à alienação às circunstâncias particulares. As circunstâncias podem ser fruídas, naturalmente, mas faz-se mister que a fruição não nos prenda tamanhamente à circunstância específica que nos impeça de nos movermos para a superação desta em favor de novas circunstâncias. Isso é o que chamamos vício – a limitação deliberada da fruição, desvinculada da saúde holística finalística. (Desconsideração dos princípios utilitaristas básicos.)
(...)
Conceitos de ESPÍRITO:
Individual fenomênico / temporal (contexto Kardec)
Coletivo fenomênico / temporal (“Zeigeist” Hegeliano)
Individual metafenomênico / atemporal (contexto Christian Science)
Coletivo metafenomênico / atemporal (“Absoluto” Hegeliano)