Nessa noite que cobre meu norte
A Lua não veio como de costume
A chuva fina voltou a cair;
E no peito angustias a sentir!
 
A sala lotada de jovens sorrisos
Esperando por minhas palavras
A multiplicar meu conhecimento
E num determinado momento
Eis que me engasgo!
 
A voz embargada à garganta irritada
Falando de ética, de gentileza...
Falei tão bonito que todos me olharam
Admirados...
 
Mais no meu intimo...
Vinham tuas palavras!
 
Reverencio-me ao teu chamado
A orelha arde, uma dor merecida
Um tapa sem mão em minha atitude
E por isso me esquivo da lua no escuro.
 
Cega...
Calada...
Doidivana...
Leviana...
Puta...
Insana...
 
Perdão? Não há perdão!
Palavras lançadas e a ferida aberta
Não voltam mais...
 
Mais posso me recolher ao intimo
Intempestivo de mim...
E dizer, que as loucas musicas
Vinham e vão em mim...
Dizendo isso...
Falando aquilo...
Blasfemando minha situação...
Desejando-me a morte...
Dizendo que  foste ali...
Voltou pra lá...
Almoçou acolá...
E se esbanjou de sobremesas
Feita por rastejantes serpentes!
 
Veneno...
Veneno...
Vi-me escorrendo em veneno...
 
Perdão? Ainda há?