SINCERIDADE COM DEUS

Fui pregar numa igreja nesta semana e abordei o tema Sinceridade, talvez este seja um assunto recorrente nas reuniões evangélicas. Os evangelistas falam, os pastores falam, os músicos falam, os missionários falam e a igreja não vive. Por que será que é tão difícil encontrar sinceros na igreja?

Durante um tempo sombrio da história da igreja foi imputada a idéia de que sua sinceridade feria a santidade de Deus. Nessa época um pecador não poderia dizer a Deus que seu coração ardia de desejo por uma mulher, pois o caminho correto era flagelar-se ferindo sua carne e não incomodar ao Senhor com tamanha blasfêmia. O tempo passou, a mentira virou verdade; a sofisma virou doutrina e vingança virou graça. Hoje ainda vivemos esta deturpação, entendemos que é melhor verdade do outro do que a minha, mas a verdade do outro não é a minha verdade, e então vivemos a mentira e a sinceridade se faz distante.

O pastor fala de sinceridade para igreja, mas em outro momento motiva cada membro a viver a verdade dele, e anula a sinceridade do individuo. Quando um líder motiva uma pessoa a proferir a frase: “Glória a Deus” em seu sermão, sobre o argumento de quê se você não disser, estará sendo insubmisso a palavra vindo do próprio Deus. Assim todos da igreja em cinco e cinco minutos solta a frase para não se sentir mal perante os demais. Ou mesmo no momento do louvor o ministro incita o povo a chorar, pular, levantar as mãos, gritar etc. Mas nem sempre aquele que apenas ouve quer fazer tal coisa, mas faz para não se sentir inferior espiritualmente, pois seu pensamento lhe cobra: “Olha, você não está sentido a “unção” dos demais, todos estão chorando menos você, talvez você não foi tocado por Deus, ou Deus não está feliz contigo”

O Espírito Santo não se padroniza no estereotipo pentecostal, neo-pentecostal, extravagante ou num rótulo qualquer, o Espírito Santo ele é pessoal, age no individuo. As emoções e exteriorização das emoções são sujeitas a personalidade daquele que é tocado, o choro, o grito, o pulo tudo está sujeito a emoção do individuo. Por isso que é preciso refletir se o seu choro é de fato sincero? Se não é fruto da coletividade das emoções.

Peço que reflita: Imagine que o espírito Santo lhe enviasse uma carta, Nesta carta Ele saudaria com toda a delicadeza e fineza que só o divino pode lhe tratar. E o teor da carta é um encontro com dia e hora e local determinado, este encontro será especial, pois será entre você e ele. O local será o seu quarto. No dia e hora determinado, você está sentado a cama e sente uma brisa suave no seu rosto, logo em seguida aromas agradáveis e uma luz indescritível surge a porta. O espírito Santo fica frente a frente com você e lhe abraça. Qual seria sua reação? Você pularia? Você rolaria no Chão? Você choraria? Ou Você apenas iria curtir o momento o adorando?

Lembre-se que este encontro lhe é constante, seja em casa ou na igreja, porém antes de chorar, pular, rolar, gargalhar reflita se você faria isto se o visse de fato glorificado. Se sua reposta for NÂO, talvez seja a hora de sua sinceridade individual transcender a religiosidade coletiva.

Paz.

Samuel Boss
Enviado por Samuel Boss em 29/09/2008
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