Prece aos Irmãos Desencarnados

Mestre amado Jesus.

Perdoa-nos, Querido Irmão, a audácia de nossa parte em virmos até Vós para rogar-te algo.

Quem somos nós, Senhor, para crer que somos merecedores de qualquer coisa vinda de Ti.

Porém, Mestre Amado, sabemos que, na Sua infinita bondade, permite-nos pedir em prol do próximo, permitindo-nos, também, oferecer utilidade à nossa existência.

Assim, estamos diante de Ti, Mestre, para pedir pelos irmãos que retornaram à pátria espiritual.

Enorme é a heterogeneidade de sentimentos e situações dos tantos e tantos irmãos que se encontram do outro lado da vida.

Como não são os sãos que precisam de médico, não nos referimos àqueles cuja existência correspondeu a um período de dedicação à Lei de Amor e de Caridade. Não nos referimos, Mestre, àqueles que distribuíram amor a todos que os conheceram. Não nos referimos, Senhor, aos que foram autores de boas lições enriquecidas por exemplos próprios.

Esses irmãos, ainda que tenham experimentado alguma perturbação na passagem de retorno à nossa pátria original, não foi além do que breve desconforto, em virtude da proximidade com a qual viveram junto à Tua Palavra.

Referimo-nos, Mestre, aos que se escravizaram em prol das riquezas materiais, esquecendo-se, por completo, da verdadeira riqueza que são as coisas do espirito.

Referimo-nos, mestre, aos suicidas que, muitas vezes, por uma infeliz precipitação de desesperança e falta de fé, abreviam a sua existência.

Referimo-nos, Mestre, aos pais que, hoje, enxergam do invisível as consequências das orientações erradas ou da ausência delas, através dos atos dos seus rebentos.

Referimo-nos, Mestre, àqueles que, após a vida, nada mais havia e, agora, lutam, em vão, para serem percebidos pelos seus amigos e familiares.

Referimo-nos, Mestre, àqueles que nunca dedicaram momento algum ao carinho, ao apoio, ao companheirismo. Partiram da vida material sem deixar amizades e nem afetos, até mesmo entre os seus consanguíneos, colhendo, hoje, as dores do esquecimento e do desprezo.

Referimo-nos, Mestre, àqueles que fizeram do cemitério a sua atual morada, desprezando a verdade de que esse local é, tão somente, o repositório do empréstimo que a Natureza, sob a autorização do Alto, faz a nós. Cemitério não é lugar de espírito. Todos, mesmo sem o corpo somático, precisam evoluir e serem úteis ao Universo e não será no cemitério onde se progredirão.

Enfim, Senhor Jesus, que todos os nossos irmãos que estejam passando por sofrimentos ou dificuldades de qualquer ordem, frutos amargos colhidos das árvores de erros plantadas ao longo da existência, possam contar com a tua misericórdia.

Resgata-os, Mestre. Auxilia-os, Senhor.

Que as consciências presas aos remorsos sejam amansadas, havendo o perdão de si mesmo.

Que os corações endurecidos no ódio, na mágoa e na vingança sejam amaciados pelo Teu Amor.

Que a vontade de acertar e a esperança de um novo recomeço renovem as forças daqueles que estão cansados de errar.

E, assim Mestre amado, que se preparem, desde então, para novas oportunidades na Terra.

Que assim seja.

André Luiz Gadelha
Enviado por André Luiz Gadelha em 26/02/2016
Código do texto: T5555516
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