AVARIAS DO AMOR E1

MAIS UM EMOCIONANTE TEXTO EM FORMA DE NOVELA, BOA LEITURA A TODOS, INDICADO A MAIORES DE 16 ANOS.

A OBRA TRATA-SE DE FICÇÃO, NADA TENDO RELAÇÃO COM A REALIDADE, PORTANTO PESSOAS E LOCAIS SÃO FRUTOS DA IMAGINAÇÃO DOS AUTORES.

AVARIAS DO AMOR

PÁULO FOG E IONE AZ.

Presidente Prudente - SP, Eurico dirige seu carro novo pelas ruas prudentinas, saira mais cedo do trabalho e agora segue por uma alameda bem arborizada olhando de um lado a outro nas calçadas até ver uma loira trajando short curto, blusinha e rasteirinha.

Rapidamente ele direciona o veiculo para perto da calçada.

- E ai anjo?

- Qual é cara, ainda esta cedo.

- Quanto é?

- Pra agora é 100.

- E pra depois?

- De 200 a 300.

- Gostei.

- E então?

- Passa o zap.

- Agora.

A mulher anota na mão dele o número e Eurico sai para sua casa num bairro de classe média, esta ciona o veiculo e percorre o jardim na frente da casa e recolhe alguns brinquedos caninos, abre a porta e entra na sala deixando a porta e entra na sala deixando a pasta no sofá, na cozinha toma café feito de cedo e abre a geladeira de onde tira um pratinho com salgados, esquenta no micro e liga o som.

- Deixa eu ver se tem mensagem.

Ele abre o aplicativo e tem 15 mensagens de Daniel.

" Oi amor, carinho, vou chegar mais tarde, vai ter duas cirurgias e a enfermeira da noite vai ter atraso, te amo, tem comida na geladeira, beijos. "

O micro apita e ele retira os salgados, leva um a boca e logo tira a roupa, toma um banho e abre a porta de acesso ao quintal, logo 3 cachorros entram na casa e ele brinca com estes, troca água, coloca ração e estende a roupa que ficara na máquina, de olho no relógio ele se troca, perfume, cabelos no brilho, pega a chave do carro e sai, minutos depois esta em um quarto barato com a mulher que lhe dera o número de contato.

- Faz bem gostoso, eu gosto assim.

- Cale a boca vadia, só aguenta tudo.

- Seu puto.

- Foda-se. Num gesto de impulso ele dá um soco na mulher que grita, logo é engasgada com a fronha do travesseiro, mais socos e outras agressões, tempos depois ele joga 5 notas de 100 e sai do quarto deixando a mulher desacordada.

No estacionamento do hospital ele bate uma olhando as profissionais dali em troca de turno, logo vê o seu carinho vir em sua direção.

- O que houve?

- Vim te buscar.

- Que lindo amor.

- Gostou?

- Amei, nossa que cheiro estranho esta no carro?

- Deve ser aqueles cães............

- Por favor Eurico, não vamos mais discutir sobre isso.

- Tudo bem, te amo.

- Fofo. Um beijo ali e o veiculo segue para a casa.

- O que fez de bom hoje?

- Trabalhei como um burro.

- Ai amor, esta bem cansado né?

- Um pouco, não o bastante para a gente.

- O que quer dizer?

- Vamos curtir um japa?

- Sério?

- Acho que será melhor do que congelados.

- Tudo bem.

- Te amo. Eurico segue para o restaurante enquanto Daniel olha para ele no retrovisor, logo sente algo no carpete e olha uma embalagem de preservativo, ligeiramente ele deixa cair seu celular e pega os dois.

- O que foi amor?

- Nada carinho, só eu e minha mão boba.

- Quero ele bem esperta para mais tarde.

- Para carinho.

- Te quero.

- Seu bobo.

Caiuá - SP, Luciana termina de limpar a cantina da escola onde trabalha a 5 anos, guardara toda a mercadoria que chegara com ajuda de Abner, o auxiliar geral recém contratado pelo município, terminado ali ela registra sua saída e segue para a casa de sua comadre Clarice que sempre lhe arranja uns bicos.

- Oi comadre.

- Oi, olhe hoje tem 2 dúzias de roupas.

- Obrigado Clarice.

- Oras, se não for para ti, vai ser para outra.

- Mesmo assim, muito obrigado, acredite, o Hélio estragou outro tênis.

- É este futebol, é bola, as crianças adoram isso.

- Pior é o pai dele, nunca tem dinheiro para nada.

- Por falar nele, como esta o Gomes?

- Do mesmo jeito, estranho, sabe comadre eu sinto que tenho um louco comigo.

- Ele parou com aquilo?

- Sim ,não usa faz quase um ano.

- Deus seja louvado, sei o que passou Luciana.

- Bem, deixa eu passar logo essas roupas, ainda quero passar lá no mercado do José.

- Dizem que esta tendo promoção.

- Tomara, por que as coisas estão pela morte, viu só o feijão, o leite e o tomate?

- Pois é, acho que logo teremos de comer pedras.

- Sangue de Deus.

A mulher inicia o passar de roupas, que Clarice arrumara de uma filha de sua patroa.

Terminado a tarefa, Luciana guarda o dinheiro e segue para o mercado de onde sai com duas sacolas indo para casa, chegando ali encontra o filho descalço no quintal de short sem camisa.

- Esta tarde filho, por que não tomou banho?

- O pai deixou o chuveiro no frio.