MANDY III - EMOÇÕES ESCLARECIDAS - PARTE 2

II – EMOÇÕES DEVIDAMENTE ESCLARECIDAS

Marco encostou-se na cadeira e sorriu.

- Já falei que eu não estou arrependido. Eu só estou com raiva... de estar longe dela. Estou com ciúme de um panaca que gosta dela e que está lá com ela, enquanto eu estou aqui, sozinho e por culpa minha mesmo! A Rita disse mil vezes pra eu ser o único modelo ao lado da Amanda e eu não quis!

- O comercial da Bunny’s tem alguma coisa a ver com vocês?

- Tudo... É a nossa história. Foi feito pra nós.

- Estou entendendo agora! Mas você tem todo pique de um modelo profissional.

- Visual, você quer dizer.

- Também, mas...

- Não foi isso que eu planejei pra mim, Maria Eugênia. Você sabe quando dá pra coisa e sabe bem que esse tipo de profissão não tem futuro. Não pra um homem casado. Ele tem sempre que ter uma segunda opção.

- Você tem razão, mas não custa aproveitar enquanto você pode usufruir. Você é um gato, sem demagogia, estou falando como profissional. Você tem altura de modelo e uma pele linda! Sem falar nesse olho verde maravilhoso... Você é um sonho. Aposto que não faz nada pra ser assim.

- Não, ele diz, corando levemente, olhando para o copo.

- Pois eu tenho uma tendência terrível pra engordar, sabia?

- Mesmo?

- Com doze anos, eu pesava sessenta e três quilos, usava aparelho nos dentes e tinha o rosto cheio de espinhas.

- Você está brincando!

- Não. Foi minha mãe que me incentivou a seguir a carreira de modelo ainda quando eu era desse jeito. Ela não via esperança nenhuma em mim, mas pra não me ver tão frustrada, vivia dizendo que eu era linda, só precisava me cuidar. Então eu comecei a me cuidar. Fiz tratamento de pele, regime...

- Com doze anos?

- Com doze anos! Tudo com acompanhamento médico pediátrico, direitinho. Minha mãe não queria que eu me matasse pra ficar bonita. Quando eu emagreci meus primeiros dois quilos em dois meses, comecei a ver que nem tudo estava perdido e comecei a me respeitar como pessoa. A pele ficou lisinha, o cabelo cresceu e eu peso sessenta quilos com dezoito anos.

- E é bem alta pra uma garota. Você é só um pouquinho mais baixa que eu... sem salto.

- Qual sua altura? – ela perguntou.

- Um e oitenta e três.

- Tenho um e oitenta.

- E tem dentes lindos.

Ela sorriu.

- Também... eu sou modelo. Não dava pra ser diferente... Só que não é fácil manter tudo isso. Desde que eu fui pra América, tenho feito de tudo pra não sair do peso, mas não é fácil.

- Eu não acredito.

O garçom trouxe os pratos pedidos e ela ficou olhando para o capelete delicioso que se apresentava na travessa diante deles.

- Pra você ter uma ideia, faz mais de um ano que eu não como isso.

Ela falou apontando para o prato.

- Quer pedir outra coisa? Eu não sabia...

- Não! Eu fui convidada de um modo tão diferente que eu não posso dizer não a nada do que acontecer hoje, com a desculpa de que estou de regime.

Marco sorriu sem jeito.

- A Amanda não tem esses problemas, não é?

- Não... Não que eu tenha percebido... Ela também não pensava em ser modelo. Entrou nessa porque a Rita insistiu e acabou se dando bem. Também, ela tem o rosto mais lindo que eu já vi e... independente de eu ser casado com ela ou não, ela tem um corpo muito bonito. Há uma pá de gente querendo o rosto dela num comercial... e o resto também.

- Então você deve ter essas crises sempre, não?

Ele riu.

- Não, também não é assim. Aliás, depois de casado é a primeira vez. Também é a primeira vez que ela fica longe tanto tempo.

- Prova de fogo, hein?

- Como assim?

- Nada, esquece, bobagem...

- Termina! Você me acha inseguro demais pra ficar sozinho, não é?

- Não!

- Pode falar, eu também concordo, ele falou, tomando mais um gole de vinho.

- Você se acha inseguro?

- Não achava, até ontem. Nesses últimos dias anda me pintando um medo de perder a Amanda. E, como aconteceu comigo, pode acontecer com ela também. Ela pode muito bem se encantar por outro cara e aí...

- Para com isso! Estou ficando com vontade de bater em você!

Ele riu do modo engraçado como ela falou.

- Acho que eu mereço.

Ele ficou sério de novo. Suspirou.

- Mas que é possível, é...

- Marco! - ela exclamou.

- Ela tem dezoito anos, é linda e já é conhecida em São Paulo inteiro ou pelo menos por todo mundo que já viu os comerciais que ela já fez, a começar o da Bunny’s...

- Vocês fizeram! Você também é!

- É... Por isso mesmo. E eu não sou o único cara bonito do mundo. O modelo que está fazendo a campanha da última conta da RR com ela também é bonito, loiro de olhos azuis, é doido por ela e está lá em Campos também.

- É... ela falou, sem olhar nos olhos dele. – De repente já pintou mesmo alguma coisa especial entre eles...

Ela falou displicente, olhando para a rua, bem séria.

- O quê?!

- Eu conheço o Roni por fotos. É ele, não é?

- É...

- Ele é um gato mesmo. Tem uns olhos azuis lindos. Eu não resistiria...

Marco gelou e olhou para ela em silêncio, franzindo a testa. Maria Eugênia começou a rir.

- Você não quer sofrer? Estou só fazendo o seu jogo! Estou te ajudando...

- Parabéns! Você é ótima. É melhor a gente comer...

Eles se serviram e começaram a comer.

EMOÇÕES DEVIDAMENTE ESCLARECIDAS

PARTE II

DEUS ABENÇOE A TODOS NÓS!

OBRIGADA...

A TODOS OS ANJOS QUE ME ACOMPANHAM!

BOM DIA!

Velucy
Enviado por Velucy em 25/02/2021
Código do texto: T7192621
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