O Perfume do meu Sertão- Uma estrela nasce em meio ao caos!

13 Capítulo

" Uma das coisas maravilhosas que a natureza produziu, foi uma mãe!

Essa mulher espera ansiosa todos os meses e todo esse período é uma verdadeira transformação. A criança vêm para o mundo como um sopro de renovação, esperança que tudo em volta mude para melhor..."

Vitória: Calma, respira! vou te levar para um lugar seguro!!!

Jacira: Estou calma... parece que você vai ter um treco! Háháhá!!!

Vitória chama outras mulheres que estão à beira do rio e consegue encontrar uma parteira há tempo pra realizar o parto de Jacira. A lavadeira começa a sentir as dores do parto, a parteira lhe deita em um cocho de feno.

Parteira: Vitória! vá esquentar um pouco de água e preciso de panos limpos!!!

Vitória: sim, sim...

Parteira: Agora Jacira, eu quero que me ajude... respire fundo e faça bastante força.

A moça sente uma forte contração e faz força, ficando mais vermelha que um pimentão.

Jacira: Tá doendo muito!!!

Parteira: Normal, mas vamos seguir... a maior parte do trabalho é seu, eu só ajudo a empurrar!

O trabalho de parto da lavadeira segue na pequena casa perto do rio, e a chuva cai forte e impiedosa... lavando e levando tudo o que vê pela frente.

Fausto chega ensopado e ferido em sua casa, chamando por Jacira, percebe que a mulher ainda não chegou do trabalho e fica bem preocupado. De repente um conhecido lhe chama do lado de fora da casa, era Jairo seu amigo de longa data.

Jairo: Fausto! vim lhe avisar que Jacira está parindo!!!

Fausto: Onde homem!?

Jairo: Tá na casa de uma parteira, lá pras bandas do rio grande.

Nossa! você tá ferido na perna!?

Fausto: Me envolvi em uma briga... tem como você me ajudar a fazer um curativo?

Jairo: Tem sim! faço rápido e te levo na casa da parteira.

Depois de terminar o curativo na perna de Fausto, Jair ajuda o ladrão subir em sua carroça e os dois partem, no meio da chuva, até a casa da parteira. Chegando perto da casa, Fausto já ouve um choro de criança, o seu coração fica alegre. A parteira pega a criança e vai mostrar para o pai orgulhoso...

Parteira: É uma menina!

Jacira exausta do esforço que acaba de fazer, desmaia. Fausto pega o bebê nos braços e lhe beija a testa.

Fausto: Que Deus lhe abençoe, minha doce filha...

A noite cai serena e a chuva diminui aos poucos, a mãe acorda do sono dos justos, e olha para o pai embalando o seu bebê nos braços.

Jacira: Fausto... o bebê é o que?

Fausto: Você estava certa, é uma menina!

Jacira: Coração de mãe nunca se engana, posso vê-la!?

Fausto: Pode sim! tá dormindo feito um anjo... parece o pai!

Jacira: Olha que menina mais linda! Deixa eu dá um xero!!!

Fausto: Jacira preciso lhe falar uma coisa...

Jacira: Diga! Me parece preocupado.

O homem olhou para as duas e viu o rosto inocente de sua mulher, não teve coragem de lhe contar o que afligia o peito.

Fausto: A senhora é a mais mais bonita que eu conheço... Háháhá!!!

E beija a testa de Jacira, lhe deixando desconfiada. O homem vai até a porta da casa e fica olhando para fora, com o olhar perdido e não consegue esconder a preocupação. Afinal, estava com a cabeça à prêmio!

O ladrão lembra da cena bizarra que viu à instantes atrás... havia matado o próprio pai. Agora além de ladrão é assassino!

Aquela mulher honesta e integra, não merecia ter um marido criminoso, não merecia!

E aquela pobre criança, iria ter um pai assassino, que exemplo poderia oferecer!?

Jacira: Fausto!? Aconteceu algo?

Fausto: Não... é nada mulher! problemas no trabalho.

Ela não poderia descobrir a verdade, seria um golpe muito grande. Foi nesse momento que Fausto resolve seguir seu destino, sumir de uma vez por todas da vida daquela mulher.

Fausto: Jacira, vou falar com Jairo e já volto.

Jacira: Tudo bem... não se demore!

A lavadeira amamentando seu bebê, percebeu que Fausto estava mancando da perna esquerda, a porta se abriu e um golpe de vento apaga a vela perto de Jacira.

Jacira: É um sinal...

E beija sua pobre filha, que se alimenta tranquila em seus braços.