(fa) Minto
Ninguém vende fiado para mim. No ato do pagamento digo: "Sou caloteiro, compro e não pago. Se quiser correr perigo, venda. Fica o alerta. É vender e eu de pança cheia, fumegante, vestido com as roupas de cores flamejantes, sair por aí desfilando elegância. Penso mais no suor alheio do que no meu! Fica por sua conta e risco!"
Desistem na hora. Meu nome está limpo exatamente porque ninguém quer correr perigo. Não ter o que comer e vestir é a recompensa por ser um homem honesto. Todavia, pior é barriga e as latas de mantimentos cheias e a moral-vergonhosa vazia.
Feito vírus alterado geneticamente, resistente ao antídoto, se a nudez foi constituída no país, fome é o que não me mata.