monólogo.
Não aceitou que ela tivesse razão ao dizer-lhe: “Não se preocupe com as expectativas!”
Mas, pensando um pouquinho mais, no escondido de seu quarto, até passava a concordar que alguma razão haveria de ter... Talvez seja esse o grande segredo para a felicidade: nunca balizar a vida pelos desencantos que cada expectativa nos fornece... frustrações não são sinais de sonhos perdidos, são sim indícios de potencial não utilizado... de esforço realizado fora dos limites de nossas competências.
Agora, descobria aos poucos que nunca devia perguntar-se o que deveria fazer para levar uma vida confortável... mas o que poderia fazer para tocar – mesmo sutilmente – os limites de uma factível e desafiante perfeição.
Olhando para o espelho, repetiu algumas vezes para si: “A felicidade é produto artesanal da escolha e do labor humano”... depois, intercalando o pensamento, também riu-se dizendo: “Ok! Felicidade é também um instante de insanidade, no qual o maior trabalho é não realizar trabalho nenhum.”
Jogou-se na cama... se achava sortudo por ter ela do seu lado!