Era vaqueiro errante, onde achava  sombra, desarreava  a montaria, deitava-se no coxonilho da relva e fazia da sela seu travesseiro, feliz com a vida que levava bestando atrás de gado dos outros.

— Preciso de trabalho e um lugar para descansar.
— Meu patrão carece de merecer força nova na fazenda. Pururuca é trapaceiro. Corrido no mundo. Não presta para vaqueiro. Dinotério,  não tem dom de vaqueiro, nasceu para bate-pau. Crescido nos morros do Rio de Janeiro saiu de lá fugido, depois de uma tentativa de assalto frustrada em que morreu seu parceiro. Tem cabeça oca. Vive falando em criar peixe-leiteiro. Misturado com a ideia de Turíbio e de Pururuca, Japuaçu pegou mania e deu crédito. Esses homens não vão ficar mais muito tempo na fazenda. 
— Desejo mal a eles não! Não quero ser motivo da desgraça dos outros. Mostro serviço. Se o patrão agradar me contrata.
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Adalberto Lima - Estrada sem fim...(em construção)
Imagem: Internet