JANELA ESCURA

O rabo do demônio despertou-o: do sonho à insônia. Abriu a janela para a noite e o vento de começo de outono embalou seu medo. Não o bastante. Ficou. Asas sombrias bateram rente. Alguns papéis voaram do criado mudo como aves de arribação. O sopro quente da criatura pareceu aliviá-lo. Quis benzer-se mas foi interrompido pela cauda pontiaguda que espetou-lhe a mão.

Cleo Ferreira
Enviado por Cleo Ferreira em 31/03/2016
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