Memória da pele!

...Nosso terceiro encontro aconteceu assim: você mandou uma mensagem no celular perguntando se podia vir em casa. Sem nenhuma resistência respondi sim. E você veio, tarde para mim, por volta das vinte três e trinta de uma noite quente. Chegou cheio de vontade minha. Sem hesitar, segurou minhas mãos, me beijou o rosto, a boca, acariciou-me os cabelos, tocou meu corpo devagar e carinhosamente. Seus olhos fixos nos meus, como se já soubesse o que iria acontecer brevemente. Não é difícil imaginar a intensidade de tudo, surpreendeu até a mim. Meu corpo recebendo seu toque, minhas pernas, meus braços, as artérias, o coração, pele, tudo em mim sentia bem. Um bem prazeroso, desejado, recíproco. Você me envolveu em sua carne como se quisesse me penetrar inteira até a alma. O calor feito labaredas de fogo voltou. Até o seu jeans não aguentar mais fechado, sua camisa cair no chão da cozinha onde bebíamos alguma coisa. O desejo não suportava mais nos manter vestidos, e as peças que cobriam nossa pele foram caindo uma a uma... A cadeira serviu de apoio, a pia também, até que o orgasmo profundo chegou. E depois nós ficamos ali, no chão da cozinha, sem nos mexer, sem querer sair um do outro, esperando o calor baixar e ao mesmo tempo querendo recomeçar tudo de novo, de tão profundo... Nossa primeira experiência foi tão original, cheia de emoção, cheia de afeto, em pleno chão e nos sentimos tão completamente à vontade. É tão misterioso esse momento de intimidade, impossível prever antes de acontecer. Com a gente foi perfeito e a cada reencontro melhor ainda. Eu chamei de sexo, você de amor. O que fazemos é amor você diz. Eu acabo concordando, sim fazemos sexo com sentimento, então é amor. Daquele momento em diante como seria pensava eu. Até você romper o silêncio dizendo, - você é uma mulher perigosa e se eu me apaixonar por você? Será que vai me querer? Vai ter interesse num homem de origem simples demais? Quero te ver de novo, e você quer me ver de novo? Também quero te ver de novo. Estou muito feliz de conhecer você. Sinto prazer em ter você aqui, em casa, no meu mundo. Por fim, eu disse, - há muito tempo não me sentia tão bem com um homem. Mesmo sem saber quase nada sobre você. Tivemos empatia, proximidade, paixão, isso é tão bom...

Cássia Nascimento
Enviado por Cássia Nascimento em 19/10/2013
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