EU, FANTASMA

Noite clara, lua cheia, o gosto adocicado da ilusão me aquecia por dentro, não sei dizer por que, mas cemitérios me fascinam, principalmente na sombra do ocaso ao alvorecer. Porém naquele momento um frio inexplicável começou a tomar conta do meu corpo. Eu tremia incontrolavelmente sob o olhar calado de um túmulo azul, acho que ele nunca tinha estado ali. Me senti tão... tão estranha. Um homem caminhava entre as cruzes e ele não era real, pois mais ninguém o viu, me aproximei na ânsia de provar o impossível. Ele me olhou diretamente... fazendo ecoar um silêncio infinito, inefável. Então seus olhos vazios... esvaziaram os meus.

Eliane Verica
Enviado por Eliane Verica em 29/05/2012
Reeditado em 03/10/2012
Código do texto: T3694483
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