Pela janela

Pela luz do sol na janela sonhei que o almoço seria servido. Pude sentir o agradável aroma da comida ao fogo estalando na cozinha. Formidável! Comecei a salivar. Degustei com voracidade todos os alimentos que foram cuidadosamente preparados para mim. Normalmente era o suficiente para os meus delírios diários, mas as contrações continuaram, porque meu estômago continuava vazio e barulhento.

Após tantos dias de cárcere, os ratos comeram minhas anotações, e as baratas rastejavam ao meu redor. Não fosse a exaustão do meu corpo cadavérico, poderia comê-los para saciar a minha fome.

A janela! A minha última esperança de morte rápida seria aquela miserável e pequena janela. Fui capaz de imaginar-me entre as névoas, com o vento áspero na minha pele e o esqueleto despencando pelos andares. Mas a janela não existia...