“MICROCONTO>MINIMALISTA – FATALIDADE”
                                                Mosquito animated emoticon

   Subitamente, surge entre os pneus abandonados no fundo de um quintal de grama alta pelo próprio morador, um pobre mendigo alcoólatra, sem familiares, um lindo mosquito, ‘botafoguense’ de nascença, batendo com dificuldades suas asinhas, ainda úmidas já que, quando larva, foi se evoluindo dentro da água num pneu.
   Estava faminto. Por instinto, sentiu a necessidade de uma picada. Nisso, o morador do barraco aparece cambaleante. O pequenino Aedes aegypti mostrou um brilho no olhar. Farejou alimento. Enrijece o ferrão e voa em direção ao corpo que cai pelo excesso de bebida. O mosquitinho não se contém de tamanha felicidade: um corpo inteiro só para ele. Pousou sobre a jugular daquele humano inerte. Enterrou-lhe o ferrão e iniciou a sugação do líquido precioso sem pressa até fartar-se. Satisfeito, iniciou o voo de volta ao lar, os pneus...
   Subitamente, ele começa a ziguezaguear e cai vertiginosamente...
   No solo, dois corpos... “Homem e Mosquito”.
   Laudo médico: “ambos morreram de coma alcoólica”...

                                                             
Insetos na cabeça

                                                (ARO. 2013)
Profaro
Enviado por Profaro em 04/11/2013
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