Pá e Lavra

A verdade nua,

que não é mais crua,

é que na rua que caminha,

a minha, a tua:

tudo que é via,

descortina

o desatino vão,

destes desvios

e desvãos;

tudo é desleixo

norteado de não-eixo,

que se acentua

no que se tanto

atenua.

Desdiz, desnuda,

todas as vedas

sem veredas

dos pergaminhos

sem caminhos.

Desfaz, com duras mãos

que os calos, suam

dessa luta inglória,

ingrata injúria

e toda lavra - palavra -

do que se diz cajado,

é tão somente um cabo

quer seja da minha enxada,

quer seja do teu machado.

Fá Gonçalves
Enviado por Fá Gonçalves em 05/04/2024
Reeditado em 05/04/2024
Código do texto: T8035130
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