A Moça da Poesia
Aquela que passeia pelos teus sonhos
Aquela que desenha rosas na louça
A que te tira dos dias enfadonhos
Onde está a tua moça?
Aquela que te olhava da janela
Uma princesa lhe parecia
Onde está a que de tão bela
Enchia teus olhos de alegria?
De gestos nobres e vestido branco
Aquela que chegava com flor no cabelo
Era o céu descrito em acalanto
Se não a vias, tinhas pesadelo
Aonde mora essa tal moça?
Será que é só em teu coração?
Poeta é feito criança
Que se contenta com o doce algodão!
Ela tem graça, tem charme e sedução
A moça é a forma do seu pensamento
O poeta tem, por ela, predileção
Ela tem todo um encantamento
E ele, apaixonado, por dentro chama
O seu nome baixinho para ninguém ouvir
Ele tem ciúme de sua amável dama
Por ela, vive constantemente a sorrir
A moça deste escritor
É cheia de mania
Ela é mimosa e repleta de amor
É detentora de sua cortesia
A moça que outrora amava
Era a mulher mais pura que existia
Mas o que ele não nos contava
É que seu corpo era feito de poesia