Meus Delírios
Em fumaça me envolvo
Mas não é de cigarro
Desculpem, cigarro tenho nojo
Para mim, é igual fumaça de carro!
Esta bruma é azul da cor da borboleta
São sentimentos queimando em versos
São sopros de uma vida em câmera lenta
É o suspiro dos sentidos submersos
Sou, algumas vezes, indiscreta
Descrente, persistente, imparcial
Mas, constantemente, aberta
Às experiências de um mundo anormal
Dizem que para escrever e poeta ser
Tenho que brindar com wisky na mão
Tentei me embriagar mas não sou de beber
Saí embriagada de poesia e paixão
Ser poeta não quer dizer
Que vivo ao bel prazer
Nem tomo todas no bar
Apenas deixo a escrita me levar
Há quem se embriague para ter inspiração
E expressar palavras com facilidade
Eu prefiro buscá-las com meu coração,
Com a minha inteira (in)sanidade
Não preciso de cigarro nem de cachaça
Para poder traçar uma poesia certa
Já tenho palavras em demasia na fumaça
Dos meus inexplicáveis delírios de poeta