Ao sabor das ondas
Sou como garrafa
Ao sabor das ondas
Meu grito abafado
No papel escrito
Não temo as vagas
Que são tão bravas
Forçam-me sempre
Dar volta ao mundo
Passam ao largo
Singrando as águas
Ignoram-me
Os navegantes
Não aceno mais
As náus passantes
Carrego o mapa
Mas não as joias
Meu destino é'ncalhar
Alguém, o mapa do tesouro achar
Tornar-se rico
E me libertar
Montteiros Dalton