Eu Defendo

Eu defendo o verso livre

Defendo a poesia no asfalto

Poesia é para quem vive,

Canta e sonha alto

O meu pensamento fala demais

Não sei como não escutam a voz

Escrevo poemas no cartaz

E recito os versos a sós

Eu defendo a conjugação do verbo

E nas palavras a acentuação

Mas não defendo o advérbio

Que para o amor é negação

Defendo os livros abertos

E que o poema vire rotina

Que os jovens sejam cobertos

Da bondade de quem ensina

Defendo a vontade de ler

Defendo a vontade de aprender

Eu quero chegar a ver

Lindos poemas que irão escrever

Eu defendo a amizade sincera

Defendo quem é benfeitor

Defendo a alma singela

E o poeta sonhador

Defendo a escolha pela vida

E os sorrisos espontâneos

Defendo a paz promovida

Além dos gestos momentâneos

Eu defendo o poema do olhar

E as mãos brindando

Defendo a poesia popular

E as pessoas se abraçando

Eu defendo o romantismo

E a palavra sagrada

Defendo o lirismo

E a poética orquídea orvalhada

Defendo o viver sem dor

E a gentileza do vento

Sou adepta, com todo fervor,

Do mais profundo sentimento