O JARDINEIRO

Deus age de diversas formas, usando as pessoas como quer, onde quer e na hora ou período que Ele quer.

Existia no topo de uma colina um antigo palacete que no passado viveu seus tempos de glória. Os donos eram uma família abastada que nunca passaram pelo revés financeiro, dinheiro nunca foi problema para essa família.

Mas os infortúnios acontecem e um dia o patrono da casa veio a falecer num terrível acidente, ficando somente a senhora e seu filho para administrarem os bens.

Após a morte do marido a mulher caiu em uma depressão profunda e já não saia mais de casa. A sociedade antes tão presente abandonou o lugar antes cheio de festas e alegrias.

O coração da viúva mergulhou num mar de dor e seu espírito era negro com seus rancores e mágoas.

Vivia entravada numa cama, com o olhar perdido no vazio, não tinha ânimo para nada e jamais sorria.

Nunca mais apreciou as belezas da paisagem exuberante. Nunca mais admirou o nascer e o por do sol nas colinas. Em seu íntimo esperava a morte e cada vez mais seu coração endurecia.

Não recebia amigos e parentes, apenas a visita esporádica de um médico que lhe receitava antidepressivos.

A mulher emagrecia a olhos vistos e, toda a casa, antes resplandecente de felicidade, agora se assemelhava a uma caverna escura e triste.

A casa possuía um jardim que antes era vistoso e alegre, mas que agora se encontrava em estado decadente, uma verdadeira ruína.

As flores estavam secas, os galhos das árvores retorcidos e as folhagens mortas.

Quem passasse por àquelas bandas jamais poderiam imaginar que um dia o local se assemelhasse a um verdadeiro paraíso.

Aconteceu certa vez que o único filho, destrambelhado e interesseiro e já esperando a morte da mãe, resolver reformar o palacete para vender e usufruir do dinheiro.

Contratou então um velho jardineiro para refazer o jardim. Era um velhinho de cabelos brancos e olhar terno. Havia nesse homem serenidade, uma aura de luz emanava de sua figura.

O jardineiro era um servo de Deus e enquanto lidava com as plantas estava em permanente oração.

O homem orava por todos e não fazia acepção de pessoas. Não se importava com religião ou placas de igreja, mas orava para o Deus verdadeiro e fiel.

Na casa a mulher definhava, chorava, morria um pouco a cada dia.

Um dia o jardineiro indagou da senhora e movido de uma estranha sensação de amor e misericórdia intentou visitá-la. Na visita levou algumas flores que iria plantar e com ternura e carinho de um pai as ofereceu à senhora.

Silenciosamente ele orou para que a mulher se recuperasse.

A sensação da visita inesperada, a paz de espírito do homem e o perfume de tão belas flores parece ter despertado naquela mulher um novo sentimento. De repente parece que as nuvens negras sobre a sua cabeça começaram a se dissipar.

O jardineiro continuava seu incansável serviço no jardim, revolvendo a terra tirando ervas daninhas e plantando as mais belas flores.

O homem trabalhava e orava, bendizia e agradecia ao Senhor pela vida.

Todos os dias o homem com os mesmos sentimentos de amor e misericórdia e despojado de qualquer pensamento negativo levava pelo menos uma flor para a sua patroa e em cada flor recebida, vívida e perfumada a mulher parecia se recuperar.

Agora já abria a pesada janela de seu quarto, agora seus pensamentos começavam a ser otimistas.

A cada dia que passava um sentimento de amor à vida despontava e a cada dia as mágoas iam fugindo e ela mesma já se perdoava.

O bom velhinho embelezava os arredores da casa com suas mágicas flores.

Seus canteiros de rosas, gerânios, petúnias, hortênsias, violetas e outras tantas variedades de flores encantavam quem passava pelo portão.

O jardineiro cumpria fielmente o seu ritual e todos os dias movido de ternura e amor entregava pelo menos uma flor para a mulher. Em cada flor revestida de amor fazia em silencio sua oração ao Senhor da Vida.

Um dia o bom velho terminou sua tarefa, renovou e melhorou o jardim e se foi para jamais ser visto na localidade.

Para espanto geral a senhora se recuperou sem nem mesmo usar medicamentos. Agora já se encantava com o canto dos passarinhos, com a brisa fresca das manhas e com o calor e o colorido dos raios de sol.

Logo ela deixou a cama, deixou o quarto e percorreu o novo jardim com admiração.

Os colibris e borboletas voavam, o perfume contagiante das flores envolveu seu corpo e seu espírito se renovou.

Como se tivesse de novo nascida, se viu liberta das mágoas e das dores. Acreditava numa cura divina, acreditava num milagre em sua vida. No seu íntimo aceitou a Jesus como verdadeiro e único Salvador.

A mulher sarou completamente.

O jardineiro que recuperou seu jardim também plantou com seu amor, dedicação e constante oração um novo jardim no coração dessa mulher.

Deus usou da bondade, do amor e da misericórdia do plantador. Deus usou como intermediário a simplicidade e a beleza da flor. Deus ouviu a oração de um simples e devoto jardineiro.

A mulher nada mais era do que a figura da dor , mágoa e o rancor e, o jardineiro..............................um anjo de Nosso Senhor.

Creiam sempre no poder da oração. A oração abre muitas portas.

Para reflexão:

“Eu sou a rosa de Sarom, o lírio dos vales.” (Cantares- Cap-2:1)

Não se esqueça, Deus usa o homem onde Ele quer como quer e na hora que Ele quer.

A graça e a paz sejam com todos os irmãos. Amém.

Guilhermino, 17 de agosto de 2016, com a graça de Nosso Senhor Jesus Cristo.

Guilhermino
Enviado por Guilhermino em 19/08/2016
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