SACRIFÍCIO EM VÃO

SACRIFÍCIO EM VÃO

Estamos na Semana Santa, ocasião em que nós, cristãos, lembramos do martírio passado pelo nosso guia e modelo, Jesus Cristo que, com isso, deixou-nos uma gama de ensinamentos e exemplos de aplicações da Lei de Amor e Caridade.

Assim, Jesus deixa-nos um norte para nos guiarmos rumo à erradicação de todos os nossos erros, vícios e imperfeições.

Mas, uma pergunta bastante pertinente para todos nós é: honramos o martírio de Jesus?

A cada vez que nos deixamos levar pelos nossos vícios e paixões, assumindo mais endividamentos para nós mesmos, estamos a desonrar esse martírio.

É claro que todos temos defeitos e, portanto, temos muito a consertar e a aprender.

Temos muitas dívidas a resgatar. Muitos corações para salvarmos da mágoa em que nós mesmos os mergulhamos.

É certo que não será da noite para o dia que nos corrigiremos. Esse trabalho ainda tem centenas de anos, talvez milhares, para se concretizar.

Os nossos defeitos criam raízes fortes e profundas em nossos espíritos, ao ponto de nos tornarmos reincidentes por muitas e muitas vezes, ainda que tenhamos consciência de estarmos errados, estarmos cientes dos males que isso nos provoca e de nos flagelarmos a cada erro.

É como o alcoólatra que luta contra a bebida, mas acaba por ceder às chamadas do copo. É como o fumante que sofre de males dos pulmões, mas não se livra dos grilhões do maço. É como o dependente químico que mergulha em prantos a cada papelote aberto ou cachimbo aceso, mas não tem forças para libertar-se.

Mas, se existir o compromisso, a coisa é diferente.

Precisamos ter, em nossos corações, o compromisso firme e sincero em nos corrigirmos.

Quando esse compromisso existe, nos esforçamos para não mais errar. Mas, como já dito antes, os vícios e paixões criam raízes fortes e profundas dentro de nós. Então, tornamos a errar.

Então, choramos, nos flagelamos e mal dizemos de nós mesmos. Em seguida, nos levantamos e vamos em frente, com o propósito de que não pequemos mais ou, ao menos, que o próximo deslize ocorra daqui a muito tempo.

E assim, caminhando, falhando, arrependendo-nos e tornando a caminhar é que seguimos rumo à perfeição, honrando, assim, o martírio de Jesus Cristo.

Que Jesus continue nos abençoando

Rio de Janeiro, 26 de Março de 2016