A paz que excede a todo entendimento.

E a paz de Deus, que excede todo o entendimento, guardará o vosso coração e a vossa mente em Cristo Jesus. (Flp 4:7). A paz que excede a todo entendimento, aqui o apóstolo Paulo nos convida a participar da paz Deus. A paz que ele menciona é um tipo diferente de paz é a paz que o mundo desconhece é a paz prometida por Jesus: Deixo-vos a paz, a minha paz vos dou; não vo-la dou como a dá o mundo. (Joã 14:27 A). É um tipo de paz que advém da oração de fé a paz de Deus permanece em nossos corações como uma sentinela em guarda. O termo que Paulo usa: “φρουρεω phroureo”: guardar, proteger através de uma guarda militar, evitando invasão inimiga. Quando nos mantemos vigilantes e em oração o produto disto é a paz que vem de Deus. Ou seja, esta paz consiste de uma relação saudável e íntima com Deus, que prevalecem na vida interior, em resultado da reconciliação com Deus, por meio de Jesus Cristo. Mas como podemos nos relacionar intimamente com Deus? Só podemos nos relacionar intimamente com Deus se praticarmos o amor. Quando servimos a Deus e ao próximo em amor e verdade começamos a ser partícipe da vida de Deus. E começamos a entender que cada um de nós mesmo que em meio a tribulações e percalços temos algo a oferecer a outrem que se encontra em maior dificuldade que nós. E de uma coisa podemos ter certeza sempre a alguém em maior dificuldade que nós. Quando oramos a Deus com fé, e nos propomos a ver as dificuldades de outrem e deixamos nossas ansiedades com Deus, o poder corrosivo da ansiedade vai perdendo a força, e tudo se faz calmo em nossa alma e somos acalmados pela paz de Deus.

E, é por isto que Paulo diz: “A paz ultrapassa todo entendimento.” Desta expressão podemos tirar dois significados:

1 – Pode significar que a paz de Deus é insondável, não estando sujeita ao poder de raciocínio do ser humano, visto que o transcende; podendo existir até mesmo quando não há razões aparentes para a sua existência, como quando nos vemos em meio às tribulações ou dificuldades porquanto Deus é quem no-la dá, independente de que as circunstancias sejam favoráveis ou não, ela não está ligada a tranquilidade humana como geralmente vemos. E por este motivo ela está fora do alcance de nosso entendimento, ainda que tenhamos consciência de sua presença e de seus efeitos em nossas vidas.

2 – O segundo se dá quando estudamos a palavra grega (νους nous), que significa mente; no sentido da habilidade de pensar ou programar. Quando nos vemos em uma situação que dificuldade ou de tribulação e começamos a pensar o mentalizar que não temos saída ou que a solução para tal problema se faz deveras difícil, neste momento já não temos um problema passamos a ser o problema. Ou seja, se um doente se entrega para doença ele passa a ser vítima da circunstância; se uma pessoa endividada ou com sérias dificuldade na vida social começa a se revoltar com a situação, logo ela estará se indispondo com todos que a cercam e assim sucessivamente. Mas o doente que ora e pede força e transcende a doença e, é capaz de ajudar outro seja com palavra ou com exemplo de superação este pratica o amor e a paz de Deus se faz presente em sua alma. O endividado que é capaz de dividir o pouco que tem com aquele que tem fome alimenta o faminto, este pratica o amor e alimenta a Deus e a sua paz se faz guarda de sua alma. E resumindo aquele que é capaz de negar a si mesmo é discípulo de Cristo e co participante da vida de Deus que é eterna.

E por fim vemos Paulo dizer: guardará o vosso coração e a vossa mente em Cristo Jesus. (Flp 4:7 B). Como vemos acima a paz de Deus vai muito além da nossa compreensão intelectual, porque a paz De Deus é uma atmosfera é um ambiente; atmosfera de Cristo, ambiente de Cristo. Ela é algo tão preciosos que jamais o entendimento humano poderia inventar ou promovê-la. Ela não chega ser um mistério e até o chega a ser; ela não é um mistério para aquele que entende que esta vida é curta e que estamos aqui para iniciar o aprendizado sobre o amor de Deus, aprendizado que continuará na eternidade com Cristo e em Cristo. Quando entendemos isto, entendemos que dar é mais importante que receber, e então começamos a deixar de lado os nossos caprichos, os nossos desejos e a nossa vontade de satisfazer o nosso próprio ego, para olhar a vontade e a necessidade daqueles que nos cercam. O marido passa a entender que é esposo e que a sua vontade é a da esposa e vice e versa: o empregado passa a entender que é empregado e que as horas vendidas são horas do patrão, e o patrão passa a reconhecer o valor deste empregado para vida de sua empresa; o comerciante passa entender que a vida de seu negócio depende da vida de seus fregueses e ambos se respeitarão; os filhos entendem o amor e as limitações de seus pais e os pais entendem as limitações de seus filhos. Sendo assim, quando entendemos o valor de servir próximo já não sofremos com decepção e nem tememos a ingratidão, porque vivemos a vida de Jesus Cristo e não a vida do ego. Este é o princípio da paz de Deus em nossas vidas. E ai somos vitoriosos em Cristo, mesmo que tudo a nossa volta pareça dizer o contrário, mesmo que a morte na cruz pareça o fim e a derrota, em nosso íntimo estaremos em paz porque que sabemos que a morte na cruz foi uma vitória sobre a própria morte, esta é a paz que excede a todo o entendimento e que guarda os nossos corações.

(Molivars).

Molivars
Enviado por Molivars em 08/08/2015
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