A parábola do Filho pródigo ou melhor seria do pai amoroso. (Parte 1)

Vamos continuar o nosso estudo sobre o capítulo quinze do Evangelho segundo Lucas. Nós já estudamos este capítulo de maneira geral e entendemos que aqui se apresenta a essência do cristianismo, também já estudamos em separado a parábola da ovelha perdida e da alegria do pastor; estudamos a parábola da moeda perdida onde se mostra o Deus que busca o que se perdeu e desta feita estudaremos a parábola do filho perdido ou do filho pródigo, melhor seria se fosse chamada de a parábola do Pai amoroso. Mas seja como for iniciemos o estudo que se dividirá em duas partes por ser está parábola uma da mais longas de Jesus: Jesus continuou: "Um homem tinha dois filhos. O mais novo disse ao seu pai: ‘Pai, quero a minha parte da herança’. Assim, ele repartiu sua propriedade entre eles. "Não muito tempo depois, o filho mais novo reuniu tudo o que tinha, e foi para uma região distante; e lá desperdiçou os seus bens vivendo irresponsavelmente. (Luc 15:11-32).

Para que entendamos um pouco melhor está parábola se faz necessário entendermos um pouco do contexto histórico da época. A lei judaica sob a qual este pai estava submetido; dizia o seguinte; que o pai não podia dispor de sua propriedade como queria. Correspondia ao filho mais velho dois terços e ao mais jovem um terço: Ele terá que reconhecer o filho da mulher que ele não prefere como filho mais velho, dando-lhe porção dupla de tudo o que possui. Aquele filho é o primeiro sinal da força de seu pai e o direito do filho mais velho lhe pertence. (Deu 21:17). Não era de se estranhar que um pai distribuísse sua propriedade antes de morrer se desejava retirar-se da administração dos negócios. Mas este ato deveria partir do pai e não por solicitação do filho. O que se destaca aqui é que o filho pede para que o pai lhe dê a sua parte. E isto suscita um certo grau de insensibilidade quando o filho mais novo diz: Pai, quero a minha parte da herança’. (Luc 15:12). Era como se ele dissesse: “Dê-me agora a minha parte da herança, pois será minha mesma quando você morrer.” E vemos também o pai agir com sabedoria, pois sabia que o filho deveria aprender sobre a vida. E nele só ficou a tristeza de o filho ter escolhido a maneira mais difícil de aprender. Neste mundo nós temos duas maneiras de aprender; uma é ouvindo os ensinamentos e com a história seja antiga ou contemporânea; a outra é, com os erros e acertos de uma vida de quem não dá ouvidos aos ensinamentos e nem observar a história. Entre as duas a primeira dói menos e não deixa cicatrizes, cabe a cada um de nós a escolha.

E continuando vemos o seguinte: "Não muito tempo depois, o filho mais novo reuniu tudo o que tinha, e foi para uma região distante; e lá desperdiçou os seus bens vivendo irresponsavelmente. Depois de ter gasto tudo, houve uma grande fome em toda aquela região, e ele começou a passar necessidade. Por isso foi empregar-se com um dos cidadãos daquela região, que o mandou para o seu campo a fim de cuidar de porcos. Ele desejava encher o estômago com as vagens de alfarrobeira que os porcos comiam, mas ninguém lhe dava nada. "Caindo em si, ele disse: ‘Quantos empregados de meu pai têm comida de sobra, e eu aqui, morrendo de fome! (Luc 15:13-17). E vemos que a vida encarregou-se de ensiná-lo, e após ter gasto tudo ele chegou ao fundo do poço a ponto de cuidar de porcos que na época era o pior dos trabalhos. Pois era uma tarefa proibida para os judeus, porque a lei dizia: "Maldito seja aquele que alimenta porcos. E aqui ele aprende a lição, e no aprender ele faz o que todos nós deveríamos fazer; ele cai em si. E ao narrar está parábola Jesus dá ao Cristão um lindo ensinamento: uma pessoa só pode mudar quando ela entende o seu erro ou reconhece os defeitos que carrega dentro de si, e caindo em si diz vou mudar e este entendimento só pode acontecer de dentro para fora. Cabendo a nós somente ensinar, o ouvir do ensinamento cabe ao ensinado. Ou seja, somos placas amarelas que sinaliza os perigos do caminho o entender e o obedecer a sinalização cabe ao caminhante, quando ele entende o perigo e cai em si.

E em seguida vemos algo de nobre no filho que aprende a lição e não culpa ninguém, isto é cair em si, e este moço entende que errou quando ele diz "Caindo em si, ele disse: ‘Quantos empregados de meu pai têm comida de sobra, e eu aqui, morrendo de fome! Eu me porei a caminho e voltarei para meu pai, e lhe direi: Pai, pequei contra o céu e contra ti. Não sou mais digno de ser chamado teu filho; trata-me como um dos teus empregados’. (Luc 15:17-19). Ao contrário de muitos de nós que esquece o que fez e sempre acha um culpado pelos dissabores e dificuldades que nós mesmos causamos. Vemos isto exemplificado no Antigo Testamento em (Gên 3:1-14), e em todos os livros que conta a história de um povo que teve tudo de Deus, mas preferiu as coisas do mundo. E ainda hoje vemos isto acontecer em nosso meio, pois sempre lembramos do poder, da onisciência e da onipotência de Deus no agir do mundo e esquecemos de seu maior atributo que é o amor. E o que vemos aqui é alguém que lembra do tratar amoroso do pai e prefere ser servo no amor que senhor no desamor.

E este amor se apresenta no ato do pai que recebe o filho de volta ao lar: "Estando ainda longe, seu pai o viu e, cheio de compaixão, correu para seu filho, e o abraçou e beijou.(Luc 15:20b). E em sua festejante felicidade ele parece não ouvir a explicação do filho que diz: "O filho lhe disse: ‘Pai, pequei contra o céu e contra ti. Não sou mais digno de ser chamado teu filho’. (Luc 15:21). E o pai amoroso em seu regojizo de felicidade se põe em ação de servir: "Mas o pai disse aos seus servos: ‘Depressa! Tragam a melhor roupa e vistam nele. Coloquem um anel em seu dedo e calçados em seus pés. Tragam o novilho gordo e matem-no. Vamos fazer uma festa e comemorar. Pois este meu filho estava morto e voltou à vida; estava perdido e foi achado’. E começaram a festejar. (Luc 15:22-24). E cada item que este pai oferece ao filho traz consigo um símbolo de retorno a nobreza de um lar. A túnica simboliza a honra; o anel a autoridade, porque se um homem dava a outro o anel com seu selo era como se o designasse seu procurador; os sapatos diferenciam o filho do escravo, devido a que os filhos da família andavam calçados e os escravos não. E mais estes eram os símbolos da liberdade. É como se Jesus dissesse, assim é meu pai, Ele quer que todos sejam livres do peso do pecado e todos os que voltarem eu os receberei com festa e festa de amor.

(CONTINUA).

(Molivars).

Molivars
Enviado por Molivars em 24/06/2015
Reeditado em 24/06/2015
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