O impossível existe?

O impossível existe?

Olhava fixamente para as muralhas. Evitava deixar a sua mente vaguear. De vez em quando balançava a cabeça:

Impossível!!

Olhava para um lado e para outro, como se procurasse por ajuda. Era um guerreiro, ou um líder? O líder pode ser um guerreiro, ou um diplomata, ou pode ser um diplomata guerreiro?

Espada na mão. Sua velha companheira.

Eu sou um guerreiro e não um líder.

A mente venceu e ela vagou...

A liberdade tinha sido dolorosa. Foi triste e penoso ver tantas pessoas morrerem por causa de um líder intransigente e arrogante. Um líder que não tinha espírito guerreiro nem diplomata. Que não se importava em ver o sofrimento de seu povo. Que não sabia recuar ante alguém mais poderoso. Que era individualista e só pensava em si e nos seus familiares. E estes sofreram por causa de sua intransigência.

Teve que recuar. Teve que aceitar. Aceitou que o poder é efêmero e quando menos se espera ele acaba. E quando isto acontece a derrota é pior.

Tenho que aprender esta lição. Será que é hora de recuar? Mas logo no início de minha missão. Não seria demonstrar fraqueza para os meus comandados?

Fraqueza?!?!?!

Fraqueza é ver o seu filho morto devido a não aceitar a derrota e, só depois, cair na realidade. Fraqueza é, depois que cair na realidade, voltar atrás. Fraqueza é ser morto por esta imbecilidade e levar consigo milhares de soldados.

E se eu estiver sendo intransigente, também. Tenho sobre minha responsabilidade milhares de pessoas que mal sabem pegar em uma espada. Como pude aceitar esta incumbência?!?

Tentou fixar, novamente, no seu alvo. Não conseguia. Era um guerreiro, seguidor de ordens. A única estratégia que conhecia era lutar e lutar.

Deve ter sido um erro esta escolha.

A mente vagueia... e como se esta estivesse se movendo estacou em uma frase: Eu e a minha casa serviremos ao Senhor!

Isto...continuo sendo servo e não líder. Não preciso armar estratégia, esta será dada.

Passos o desperta de seu devaneio. Como guerreiro, segura na espada. Como servo humilha-se após as últimas palavras do forasteiro:

Tira a sandália de seus pés, pois a terra aonde pisa é santa!

A guerra estava ganha!

E nós?

Somos guerreiros, líderes, servos ou intransigentes? Acreditamos no impossível ou no possível?

O impossível para nós existe somente quando não deixamos Deus transformá-lo em possível.

Na paz!

Carlos A.