SER SANTO

Todo o baptizado pode ser santo, e ser santo, não é privilégio de alguns. A santidade é acessível a todos.

Quando se fala de santos, logo surge a ideia de privações sem conta. Em monges e freiras, que se enclausuram em estreitas celas e habitam mosteiros soturnos, onde o Sol é coado por espessos reposteiros; mas santidade não é isso. Pode-se ser santo nesses conventos tristes, onde mora o silêncio e se reza várias vezes ao dia, mas essa “santidade” não é para todos, apenas para quem aspira elevado grau.

Para a maioria das pessoas, a santidade é ser: boa mãe e bom pai; criar filhos crentes e cidadãos exemplares.

Os cristãos conscientes devem dar exemplo, não só em palavras, mas também em obras. O verdadeiro discípulo de Jesus, não é só no templo, mas na escola, na oficina, com colegas de trabalho.

É santo quem defende, e se empenha a divulgar os mandamentos de Deus; quem leva vida digna e desce a terreiro a pelejar pela Fé.

É santo, quem cuida dos mais carenciados, sejam crianças indefesas ou velhinhos abandonados. São santos, os que consideram que o semelhante é irmão e batalham em defesa dos oprimidos e pobres.

Para ser santo, companheiro de Jesus, não é preciso imitar os antigos fariseus, que mostravam o semblante macerado para provarem que jejuaram, nem passar horas afio em oração. A beata Maria, filha do Conde Clemente Droste zu Vischering, dizia, que se pode rezar mesmo quando se trabalha, desde que se traga o pensamento em Cristo.

O mundo precisa de santos, que rezem, que frequentem a Eucaristia, mas principalmente que o sejam na vida quotidiana.

Ser santo não é pertencer a movimentos religiosos e ser assíduo ao culto; ser santo é levar vida honrada, dar testemunho, pelo exemplo, e não recear falar de Cristo, mesmo nos ambientes adversos.

É santo, o político que compromete a carreira, ao negar o voto a leis indignas. É santo, o profissional que não receia perder a oportunidade, para não pactuar em alicantinas.

É santo o que recusa o cargo, sempre desejado, porque sabe que terá de sanear alguém, cujo crime é ser militante de partido rival ou sendo independente, não tem quem o apõe.

Precisamos de pais e mães, sacerdotes, religiosos, santos, que vivam a Fé e partilhem, não o que lhes sobeja, mas o que lhes pode ser necessário.

Precisamos de santos, que sirvam a Deus, cuidando dos homens; de santos, que trabalhem na vinha do Senhor por Amor e não por interesse.

Humberto Pinho da Silva
Enviado por Humberto Pinho da Silva em 28/04/2011
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